Bolsonaro tentou romper tornozeleira eletrônica, diz Moraes em decisão

Ex-presidente teria tentado violar equipamento na madrugada deste sábado; ele foi preso após convocação de vigília

O ex-presidente Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde agosto - AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou violar a tornozeleira eletrônica no começo da madrugada deste sábado, 22, de acordo com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decretou a prisão dele. O ex-presidente foi preso preventivamente em sua casa e encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília (DF).

Segundo o documento, Bolsonaro tentou violar o equipamento às 0h08 deste sábado. O Centro de Integração e Monitoração Integrada do Distrito Federal emitiu um alerta minutos depois ao STF.

Na avaliação do STF, a tentativa de quebra da tornozeleira foi para facilitar uma tentativa de fuga do ex-presidente. “Além disso, o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a esta SUPREMA CORTE a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO, às 0h08min do dia 22/11/2025. A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, aponta o documento assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A prisão foi decretada após a convocação de uma vigília de orações em frente ao condomínio que o ex-presidente mora na capital federal. O convite aos apoiadores partiu do filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), nas redes sociais.

O STF entendeu que vigília seria um disfarce para a fuga do ex-presidente. Moraes afirmou que o evento poderia tomar proporções parecidas com os acampamentos golpistas em frente ao Exército em 2022, podendo facilitar a fuga de Bolsonaro.

A prisão ainda não tem relação a condenação por 27 anos e três meses no inquérito da trama golpista. O processo apura a tentativa do ex-presidente de obstruir o processo, mas ele não chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele foi preso em agosto por descumprimento de medidas cautelares.

A IstoÉ tenta contato com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas não obteve retorno até o momento.