O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que sua indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, para o posto de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) obedece a seu critério técnico de indicações, mas que pesou na sua decisão a religião do advogado. Indicar alguém “terrivelmente evangélico” para o STF era uma das promessas de campanha do presidente. Confiante, Bolsonaro afirmou que trabalha com senadores para que a indicação passe pelo Casa. “Acho que teremos sucesso”.

Bolsonaro defendeu o advogado afirmando que ele “preenche em tudo no tocante ao conhecimento da questão jurídica no Brasil”, para o presidente, se fosse aplicada uma prova para Mendonça, ele duvida que o parlamentar tirasse “menos que 9,5”. “Agora, eu queria somar a isso a questão de ser evangélico”, disse, negando estar misturando política, justiça, e religião. Mas mesmo assim, Bolsonaro afirmou que foi uma ideia dele que o advogado abrisse sua primeira sessão no Supremo com uma oração. “E obviamente ele gostou muito dessa sugestão minha”.

“Acredito eu, como sou um cristão, que o perfil adequado neste momento seria esse, além de eu cumprir um compromisso de campanha”, disse Bolsonaro, afirmando que a indicação agora depende da sabatina do Senado. “E nós temos trabalhando junto a senadores para aprovar o nome dele”, afirmou, classificando Mendonça como pessoa conservadora “que não vai partir do radicalismo”.

Seguindo os ritos constitucionais, Mendonça agora deve passar por sabatina no Senado Federal. Para ser aprovado, o ministro precisa do voto de pelo menos 41 dos 81 senadores. Muitos parlamentares da Casa têm reservas ao indicado de Bolsonaro pelo uso da Lei de Segurança Nacional (LSN) contra críticos do governo enquanto ocupava o Ministério da Justiça.


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