A prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, da Educação, rendeu o nono pico de menções ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais em 2022. O nome do chefe do Executivo foi citado em 688 mil publicações no Twitter entre a quarta-feira, 22, e a quinta-feira, 23, segundo levantamento feito pela consultoria Bites a pedido do Estadão. Desse montante, 277 mil relacionavam o presidente ao escândalo no MEC, o que equivale a 40% do total.

O volume de menções evidencia como Bolsonaro não consegue se desvincular do escândalo no MEC. O pacote de publicações associando o presidente à prisão de Ribeiro inclui tanto perfis críticos quanto os que saíram em defesa do atual presidente. Entre os apoiadores do governo, um dos argumentos mais compartilhados foi de que o caso demonstra que a Polícia Federal “segue independente” na gestão atual.

“Essa negação também significa alguma coisa”, aponta André Eler, analista de dados da Bites. “Não tem uma desvinculação automática; as pessoas viram o escândalo, associaram a Bolsonaro, alguns correram para defender e outros para criticar o presidente”.

Eler acrescenta que o número de menções ao chefe do Planalto costuma ser alto todos os dias, mas foi ainda maior entre a quarta e a quinta-feira. Subtraindo as 277 mil publicações relacionadas ao MEC, o restante inclui outros assuntos que se referiram ao presidente de alguma forma, como ocorre em dias normais.

Vale destacar que as menções a Milton Ribeiro e ao escândalo em si – sem necessariamente citar o presidente da República – foram 539 mil, o que mostra como o assunto atingiu grandes proporções na plataforma e despertou o interesse da opinião pública no meio digital.

Embora o levantamento indique que o impacto do caso sobre o presidente da República foi considerável, não se trata do tema que mais movimentou as redes na discussão sobre Bolsonaro neste ano. Ameaças ao STF, a crise em torno do caso do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e as manifestações de artistas no festival Lollapalooza tiveram implicação mais contundente.

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Veja os outros picos de menções a Bolsonaro em 2022:

24 de fevereiro: Início da guerra na Ucrânia e a hesitação do presidente em se posicionar;

26 e 27 de março: Manifestações políticas no Lollapalooza e o pedido do PL ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para impedi-las;

21 e 22 de abril: Indulto concedido ao deputado Daniel Silveira;

26 a 28 de abril: Bolsonaro repercute assalto com morte no Jabaquara e se solidariza com a família da vítima;

1º de maio: Manifestação pró-governo pelo Dia do Trabalho;

20 de maio: Encontro do presidente com o bilionário Elon Musk;

7 e 8 de junho: Bolsonaro diz que não cumprirá decisões do STF e chama o ministro Edson Fachin de marxista;

11 junho: O presidente participa de motociata na Florida (EUA) com o blogueiro Allan dos Santos.


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