O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem até esta quarta-feira, 27, para explicar ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes o motivo de ter passado duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília (DF). Na segunda-feira, 25, o magistrado havia estipulado o prazo de 48 horas para que o ex-mandatário apresentasse essas explicações.

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Até a noite de terça-feira, 26, a defesa de Jair Bolsonaro ainda não havia se manifestado ao Supremo Tribunal Federal.

A hospedagem de Bolsonaro na embaixada da Hungria foi revelada pelo jornal norte-americano “The New York Times”, que analisou as imagens das câmeras de segurança do local e divulgou vídeos em que mostram a entrada e saída do ex-presidente.

Como as embaixadas são ambientes protegidos, fora do alcance das leis e autoridades brasileiras, a permanência no local pode configurar, em tese, o não cumprimento da determinação de não ausência do País.

A Polícia Federal vai investigar qual foi a intenção de Bolsonaro ao passar dois dias na embaixada da Hungria depois de ter o seu passaporte apreendido durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela corporação para apurar suposta tentativa de golpe de Estado.

O que diz a defesa

A defesa do ex-presidente confirmou que ele passou dois dias no local “para manter contatos com autoridades dos país amigo”, pois ele mantém bom relacionamento com o premier da Hungria, Viktor Orabán.

“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar [húngara], a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações. Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, disse a defesa.

Na tarde de terça-feira, 25, Bolsonaro comentou o caso em um evento do PL em São Paulo. “Muitas vezes esses chefes de Estado ligam para mim, para que eu possa prestar informações precisas do que acontece em nosso Brasil. Frequento embaixadas também aqui pelo nosso Brasil, converso com os embaixadores. Não tenho passaporte, está detido, senão estaria com o Tarcísio [Freitas, governador de São Paulo] juntamente com Ronaldo Caiado [governador de Goiás] nessa viagem a Israel, um país irmão, um país fantástico em todos os aspectos”, completou.

*Com informações da Agência Brasil