O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta quinta-feira, 1º, as trocas no comando da Petrobras durante o seu governo. “Se precisar ir para o oitavo, eu vou”, declarou o chefe do Executivo, em entrevista à Rede TV. Candidato à reeleição, Bolsonaro disse que é preciso colocar na presidência da estatal alguém que entenda a função social da empresa. De acordo com ele, esse é o perfil do atual presidente, Caio Paes de Andrade.

“Você vê a Petrobras. Eu fui para o quarto presidente. A imprensa, grande parte, bateu em mim. Se tiver que ir para o oitavo, eu vou. Tenho que colocar uma pessoa lá que realmente interprete a Petrobras e veja seu lado social, inclusive a garantia disso está na própria Constituição, está na Lei das Estatais, para que ele possa administrar, por exemplo, o que é a tal da PPI, o preço de paridade internacional”, afirmou Bolsonaro.

“Não precisava ser corrigido o preço dos combustíveis da forma que foi nos presidentes anteriores. Esse aqui interpreta agora à luz da Constituição e à luz da Lei das Estatais. Por isso, houve a redução dos combustíveis”, emendou o presidente.

Após ter dito ontem que haveria uma “boa notícia” relacionada aos combustíveis até sexta-feira, 2, Bolsonaro comemorou hoje no Twitter o anúncio da Petrobras de nova redução no preço da gasolina a partir de amanhã. Durante comício em Curitiba (PR), o candidato à reeleição afirmou, em entrevista ao SBT, que essa é a prática de Paes de Andrade.

“Dos combustíveis, toda semana temos uma boa notícia. Hoje é quarta-feira. Eu acho que até sexta vai ter mais uma boa notícia, porque está sendo uma prática do novo presidente da Petrobras”, declarou Bolsonaro ontem.

Esta é a quarta vez desde julho que a Petrobras reduz o preço da gasolina nas refinarias, graças à queda no valor do barril de petróleo no mercado externo. A política de preços praticada pela estatal, de paridade internacional, leva em conta a variação do dólar e do barril de petróleo tipo Brent, negociado em Londres.

Caio Paes de Andrade assumiu a presidência da Petrobras em 28 de junho, no lugar de José Mauro Coelho, que havia sucedido o general Joaquim Silva e Luna. O militar passou a comandar a estatal depois da demissão de Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da estatal no governo Bolsonaro.

Em dezembro do ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) chegou a abrir processo para investigar se a Petrobras, empresa listada em bolsa, havia divulgado informações sobre fato relevante, o que não é permitido. A medida foi tomada após declarações de Bolsonaro de que a estatal reduziria os preços dos combustíveis.