Bolsonaro só pensa em ser reeleito. Mais uma das suas farsas. Na campanha de 2018, dizia que não iria pleitear um segundo mandato. Quando assumiu, em janeiro de 2019, jurou que não seria candidato à reeleição. Mas essa falsa promessa não durou um mês. Já em fevereiro, quando demitiu Gustavo Bebianno, passou a não ouvir mais ninguém que lhe dizia ser cedo demais para reivindicar um novo período no Palácio do Planalto. Deu início ao projeto da reeleição, escudado na opinião dos filhos, que estruturam o plano. Eduardo quer que o pai fique no cargo até 2026, quando ele, então, poderá disputar o trono do pai.

Sim, a famiglia Bolsonaro é monarquista. Entende que o pai é rei e os filhos ospríncipes herdeiros. Com essa ideia na prancheta e nada na cabeça, o clã passou a articular o novo mandato. Abriu mão do legalismo de Moro, que, com sua política de combate à corrupção afastava a turma do Centrão do núcleo duro do poder, aplicou uma rasteira em Mandetta e implantou a cultura da cloroquina no combate à Covid. E deu um passa moleque no liberalismo de Guedes. Criou, assim, as condições objetivas para o fortalecimento do toma lá dá cá. Sem os éticos a atrapalhar suas pretensões pouco republicanas, e, cercado por militares de pijama pouco afeitos ao bem público, Bolsonaro arquiteta esse segundo mandato. Um escárnio, para quem produziu 110 mil mortes por Covid como a maior marca de governo. Por isso, escora-se nos que desejam romper o lacre do teto de gastos e prepara-se para promover a gastança sem precedentes.

Ora pensa em criar o Pró-Brasil, que seria o novo PAC, com a queima de dinheiro público em 173 novas obras, todas eleitoreiras, ora sonha em viabilizar o Renda Brasil para catequizar o rebanho do Nordeste, que rezava na cartilha do PT até recentemente em troca de um dinheirinho que os tira da miséria absoluta. Bolsonaro aprendeu com Lula, que engordava a barriga dos nordestinos com o Bolsa Família. Agora, o capitão quer fazer com que os pobres mudem de lado. Abandonem o berço petista e deitem na cama bolsonarista. Parece fácil essa conversão. Basta Bolsonaro conseguir fazer passar na Câmara o projeto de Guedes de recriar a CPMF, com a qual obteria mais R$ 120 bilhões. Com essa bufunfa, o governo do regime militar disfarçado de civil pode programar gastos bilionários na ampliação da assistência social aos desvalidos. Nada contra o uso de recursos públicos para socorrer os 50 milhões de brasileiros em condições de miserabilidade. Mas, usar dinheirodos contribuintes para a promoção da campanha da reeleição é imoral, quase criminoso.

Usar dinheiro dos contribuintes para a promoção da campanha pela reeleição é imoral, quase criminoso