Na Itália, Bolsonaro dá vazão aos seus instintos mais perversos. E aproveita para fazer o que não consegue no Brasil: colocar seus brutamontes para bater em jornalistas, por exemplo. Cercado de seguranças e policiais italianos e brasileiros, o presidente aproveita o tempo livre, já que ignora a Cop 26, para estimular a confusão e agredir a imprensa por onde passa. Não responde perguntas e manda dar socos no estômago e borrachadas em quem lhe lança alguma questão mais incômoda.

Também fica impassível diante da violência policial para reprimir manifestações de rua que o contradizem. Quem protestou na Itália contra as atrocidades do presidente brasileiro acabou sendo reprimido vigorosamente. Ele gera tensão quando chega e deixa um rastro de destruição quando sai.

Em Pádua, cerca de 500 pessoas que se manifestavam hoje em torno da Igreja de Santo Antônio, o padroeiro da cidade, contra Bolsonaro foram repelidas com jatos d’água, além de tomarem golpes de cassetetes. A polícia ocupou as ruas para conter os protestos. Uma manifestante foi presa.

Em Anguillara Veneta, a 45 quilômetros de Pádua, cidade onde seu bisavô nasceu, Bolsonaro foi receber um título de cidadão honorário e causou mais violência e confusão. O centro da cidade foi fechado para que ele recebesse a homenagem das mãos da prefeita Alessandra Buoso, militante do partido de ultradireita Liga Norte. Cerca de 200 pessoas protestaram contra a concessão do título e outras 20 defendiam o presidente. Faixas com a inscrição “Fora Bolsonaro” eram vistas, assim como gritos de “Bolsonaro, assassino”.

O sentimento de revolta que o presidente brasileiro desperta é universal. Mundo afora, seu nome soa como símbolo de arbitrariedades e despotismo e seu título de cidadão honorário é uma agressão às pessoas de bom senso.

Ficou claro que Bolsonaro, alheio às discussões fundamentais sobre as emissões de CO2 e o clima que acontecem em Glasgow, na Escócia, só está na Itália para tumultuar e mostrar sua verdadeira face de ditador bananeiro. Seu prazer é ver a polícia baixar o pau nos seus opositores e atacarem jornalistas. Ele não só não protege seus cidadãos, como também faz questão de jogá-los para os leões.