O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se recusou a revelar detalhes da conversa que teve a portas fechadas com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, nesta segunda-feira (12). “Já falei na coletiva. Demora muito”, disse a apoiador em seu retorno ao Palácio da Alvorada.

A finalidade do encontro foi selar a paz entre os Poderes depois de o chefe do Executivo fazer declarações nas quais acusou o ministro do STF Luís Roberto Barroso de defender a pedofilia em ato junto a simpatizantes em Porto Alegre. Os ataques tornaram-se mais frequentes à medida em que o presidente intensificou a defesa da implementação do voto impresso, proposta à qual o membro da Corte se opõe.

“Hoje eu estou Jairzinho Paz e Amor”, brincou. A fala é uma referência ao apelido Lulinha Paz e Amor, dado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2002 por amenizar discurso ideológico. De acordo com pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na última sexta-feira (9), o governo tem rejeição de 51%, a maior desde o início do mandato. Apenas 24% o consideram ótimo ou bom. Neste cenário, Bolsonaro seria derrotado pelo petista em um eventual segundo turno.

Apesar dos apelos de Fux contra a escalada retórica, Bolsonaro reiterou, em coletiva logo após a reunião, críticas a Barroso, a quem atribuiu ativismo legislativo inconcebível. “Acredito que, ao apresentarmos e lutarmos por mais uma maneira de tornar as eleições mais transparentes, a medida deveria ser digna de aplausos por parte dele”, declarou aos jornalistas.

O presidente também despistou após um apoiador perguntar a qual partido político se filiará para a disputa presidencial de 2022. Mais cedo, durante a coletiva posterior à reunião com Fux, revelou ter convites do Progressistas, do PL e de siglas de pequeno porte.

Pouco antes de se despedir, afirmou que três pessoas com as quais teria audiência haviam chegado para justificar sua saída. No entanto, a Agenda Oficial indica que o último compromisso foi o encontro com o presidente do STF, encerrado às 18h.

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