Bolsonaro se dá por vencido no STF, mas aponta caminhos para seguir vivo na política

Em discurso proferido na Avenida Paulista, ex-presidente aposta seu futuro na anistia e nos dois ministros que escolheu para o Supremo

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Ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

Onze dias depois de ter se tornado réu por tentativa de golpe, Jair Bolsonaro conseguiu reunir uma multidão na Avenida Paulista neste domingo, 6, para tentar provar que, apesar de juridicamente enrolado, ainda é capaz de juntar seguidores nas ruas.

No discurso, o ex-presidente se mostrou conformado com a tendência de ser condenado pelo STF. Por outro lado, apontou duas esperanças nas quais deve se agarrar para não ser limado de vez do cenário político.

A primeira delas é a aprovação de um projeto de anistia no Congresso Nacional, que funcionaria como uma porta de saída para a aguardada condenação no Supremo. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), resiste a abrir o caminho para a votação do projeto, mas Bolsonaro jurou a seus seguidores que a proposta será aprovada.

Um dos objetivos do ato foi pressionar Motta a mudar de ideia, diante da aparente mobilização popular. É pouco provável que a manifestação aumente as chances de aprovação do projeto de lei a curto prazo no Congresso.

A segunda esperança de Bolsonaro reside no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que terá como presidente e vice os ministros que ele escolheu para o STF quando era presidente da República: Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

Do alto do carro de som, o ex-presidente voltou a dizer aos seguidores que foi vítima de um golpe em 2022. Sem mencionar o nome dos dois ministros, declarou: “Ano que vem, o TSE terá um perfil completamente de isenção, poderemos confiar na eleição do ano que vem”.

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE em 2023 por desvios cometidos na campanha do ano anterior. Juridicamente, não há caminho possível para reverter essa decisão na Justiça Eleitoral.

Está na mesa do ministro do STF Luiz Fux um recurso da defesa do presidente. Não há previsão de quando o caso será julgado. Em caráter reservado, ministros do Supremo afirmam que o tribunal não reformará a decisão do TSE.

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