O presidente Jair Bolsonaro (PL) viralizou nas redes sociais, nesta terça-feira, 4, ao aparecer em vídeo discursando em uma loja maçônica. O vídeo seria de 2017, anterior a primeira candidatura de Bolsonaro à presidente, em 2018, no qual afirma que não candidato a nada. O suposto vínculo entre Bolsonaro e a maçonaria pode ser visto como um entrave político para a campanha do chefe do executivo, pois ele possui forte apoio dos evangélicos, responsáveis por críticas à prática de maçonaria, associando-a ao ocultismo.

O pastor bolsonarista Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou que se o vídeo que se o vídeo for verdadeiro, poderá fazer alguns estragos. O próprio Malafaia aparece em outro vídeo, que também repercutiu na internet, condenando a prática maçom. “A maçonaria não é para nós [evangélicos]. Tem coisa que vale para qualquer pessoa, mas para o povo de Deus não presta, para o povo de Deus não serve, ok? Nós somos da luz, nós saímos das trevas”.

Segundo o pesquisador do Instituto de Estudos da Religião e pastor batista, Clemir Fernandes, “a maçonaria é encarada como uma espécie de religião, por ter símbolos, ritos, liturgia, indumentária e a fé cristã seria suficiente para a vida de uma pessoa. Se ela precisa de outra relação religiosa, isso é recebido como quase que uma negação suficiência do próprio Cristo”. O fato de a maçonaria funcionar como uma entidade secreta “fica associada com o ocultismo, como algo que se tem de esconder. Não pega bem na tradição evangélica”, completa o pesquisador.
A outra vertente cristã do País, o Catolicismo, também crítica a maçonaria. Inclusive o Vaticano já afirmou que os princípios maçons são incompatíveis com a doutrina da Igreja Católica. Em 1983, o então cardeal Joseph Ratzinger, que viria a se tornar o papa Bento 16, assinou um documento em nome da Santa Sé reiterando “o parecer negativo da igreja á respeito das associações maçônicas”. “Os fiéis que pertencem ás associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem se aproximar da Sagrada Comunhão”, afirmou na época.

Por intermédio das redes sociais, evangélicos expressaram verdadeira indignação pela suposta associação do presidente á maçonaria. “Estou me sentindo traída. Defendi Bolsonaro do indefensável. Estive sempre ao lado do presidente. E agora descubro laços dele com a maçonaria. Lamentável. Infelizmente, votarei em Lula neste segundo turno”, afirmou Viviane Louiseau. ‘’Bolsonaro também traiu minha fé. Depois desse vídeo dele na maçonaria, estarei apoiando Lula nesse segundo turno. Decepção!”, publicou outra usuária do Twitter.