Bolsonaro resgata áudio de Mauro Cid em ‘dia D’ para apresentação de defesa

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Bolsonaro Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

No dia em que deve apresentar sua defesa sobre a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) resgatou, nesta quinta-feira, 6, um áudio do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, comentando a colaboração com a Polícia Federal.

Na publicação, divulgada em seu perfil no X, Bolsonaro escreveu: “Mauro Cid declara em áudio que foi pressionado a concordar com a narrativa da PF ou perderia o acordo como delator”.

A principal estratégia da defesa do ex-presidente é de questionar a delação premiada do tenente-coronel, que já prestou 14 depoimentos. O trecho do áudio publicado por Bolsonaro foi revelado pela revista “Veja” em março de 2024. Na gravação, o militar faz críticas à condução da PF e ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

“Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, disse Cid.

“Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam que confirmasse a narrativa deles”, completou.

Por causa dessas gravações, o militar foi preso novamente em 22 de março de 2024, por determinação de Alexandre de Moraes. No dia 3 de maio do mesmo ano, ele foi solto por decisão do magistrado, que manteve integralmente o acordo de delação premiada.

Ao STF, Cid afirmou que o áudio se tratava de um “desabafo em momento ruim”. O prazo para que ele apresente sua defesa sobre a denúncia acaba nesta quinta.