Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que sabe onde está o “câncer” que precisa ser vencido no Brasil para ganhar o que chamou de guerra, e voltou a dizer que o governo federal vai agir dentro das quatro linhas da Constituição para restabelecer a ordem no país.

Bolsonaro ainda reagiu à decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu o prazo de cinco dias para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), explique os motivos por não ter analisado os pedidos de impeachment contra o presidente. “Eu não quero me antecipar e falar o que acho sobre isso, mas digo uma coisa: só Deus me tira da cadeira presidencial e me tira, obviamente, tirando a minha vida. Fora isso, o que estamos vendo acontecer no Brasil não vai se concretizar. Mas não vai mesmo”, afirmou.

As declarações em tom de ameaça de Bolsonaro –que não especificou a quem se referia– ocorrem no momento de escalada de falas do presidente em meio a críticas à gestão federal no enfrentamento da pandemia de Covid-19, de recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e queda de popularidade dele registrada em pesquisas de opinião.

“Sei onde está o câncer do Brasil, nós temos como ganhar essa guerra se esse câncer for curado”, disse ele, durante sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais.

Segundo Bolsonaro, o governo federal vai agir dentro das “quatro linhas” da Constituição para restabelecer a ordem do Brasil. Ele disse que é a população quem dita os rumos do país.