O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, recorreu nesta sexta-feira (26) da decisão judicial que o obriga a usar máscara como forma de prevenção contra o coronavírus, considerando-a “desnecessária”, por seu uso já ser obrigatório em Brasília.

O presidente, que desde o início da pandemia participa de vários compromissos e eventos sem máscara, apresentou sua queixa à Advocacia Geral da União (AGU), perante um tribunal de segunda instância.

Na noite da última segunda, o juiz Renato Borelli determinou que Bolsonaro deveria obrigatoriamente usar máscara “em todos os locais públicos”, sob pena de multa de R$ 2.000.

O juiz decidiu a partir de uma ação civil movida por um advogado que denunciava “a conduta irresponsável do presidente” em relação às medidas de combate à COVID-19.

O presidente, cético em relação à pandemia e que faz campanha aberta contra as medidas de quarentena adotadas pelos estados, desde então usa máscara em todas as aparições públicas.

A AGU explicou que o recurso não pretende que Bolsonaro pare de usar a máscara, mas seja tratado como qualquer outro cidadão do Distrito Federal (DF) de Brasília.

“No DF já existe uma norma [a obrigação de usar uma máscara]. Essa interferência do Judiciário não é necessária”, disse uma porta-voz da AGU à AFP.

O Brasil é o segundo país em número de mortes e casos de coronavírus no mundo, atrás somente dos Estados Unidos.

Bolsonaro nunca recebeu uma advertência por não usar o máscara em público.

No entanto, na semana passada, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi multado em R$ 2.000 por cumprimentar os apoiadores do governo sem usá-la.