BRASÍLIA, 2 JUL (ANSA) – O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a política ambiental de seu governo, afirmando que buscará um esforço para “desfazer opiniões distorcidas” sobre a atuação do Brasil na defesa e proteção da floresta Amazônica e dos povos indígenas.   

A declaração foi dada nesta quinta-feira (2) durante reunião da cúpula dos chefes de Estado do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -, realizada por videoconferência em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro lamentou a visão do país no exterior e ressaltou a necessidade de expor as ações que o governo tem adotado em prol da área e do bem-estar dos povos indígenas. “Nosso governo dará prosseguimento ao diálogo com diferentes interlocutores para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor a preservação, as ações que temos tomado em favor da proteção da floresta Amazônica e do bem-estar das populações indígenas”, disse o líder brasileiro.   

Bolsonaro tem sido alvo de diversas críticas por parte de líderes europeus após o aumento dos incêndios ocorridos na Amazônia desde o início de seu mandato, em janeiro de 2019.   

Ontem (1º), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) anunciou que o número de queimadas na floresta tropical cresceu 19,6% no mês passado, em comparação ao mesmo período de 2019, atingindo o maior valor para o mês de junho desde 2007.No mês passado, foram 2.248 focos ativos, enquanto que em junho de 2019, 1.880.   

Sua política ambiental, inclusive, surge como um empecilho a acordos de livre-comércio, principalmente com a União Europeia (UE). Durante a reunião, Bolsonaro, por sua vez, fez um apelo aos presidentes para que instruam seus negociados a fechar os textos, para que fiquem prontos para assinar neste semestre. O acordo de livre-comércio entre Mercosul e a União Europeia foi alcançado em 2019, após 20 anos de negociações. Mas para entrar em vigor ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos de todos os países envolvidos no tratado. Algumas nações europeias, no entanto, alegam que a postura do governo Bolsonaro em relação às políticas ambientais é um empecilho para ratificar o documento.   

(ANSA)