SÃO PAULO, 23 AGO (ANSA) – O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (23) que terá “tolerância zero” com as queimadas registradas na Amazônia e ressaltou que os incêndios não podem ser considerados “pretexto para sanções internacionais”. Durante pronunciamento em rede nacional, o mandatário ainda afirmou que os incêndios florestais ocorrem em todo o mundo e que a proteção da Amazônia é dever do governo. “Estamos cientes disso e atuando para combater o desmatamento ilegal e quaisquer outras atividades criminosas que coloquem nossa Amazônia em risco”, afirmou. A declaração foi motivada em meio às diversas críticas por parte de líderes mundiais que Bolsonaro tem sofrido nos últimos dias em relação à sua política ambiental. No vídeo, o presidente brasileiro ressaltou que “para proteger a Amazônia não bastam apenas operações de fiscalização”. Para ele, é preciso estabelecer “oportunidades” para os que vivem na região. Segundo Bolsonaro, “o emprego de pessoal e equipamentos das Forças Armadas, auxiliares e outras agências permitirão não apenas combater as atividades ilegais como também conter o avanço de queimadas na região”.   

O mandatário ainda ressaltou que seu governo está disposto a ajudar todos os estados da Amazônia Legal que solicitarem o emprego das Forças Armadas para conter as queimadas.   

“Somos um governo de tolerância zero com a criminalidade, e na área ambiental não será diferente. Por essa razão, oferecemos ajuda a todos os estados da Amazônia Legal. Com relação àqueles que a aceitarem, autorizarei operação de garantia da lei e da ordem”, afirmou. Bolsonaro atribuiu o crescente número de queimadas às condições climáticas. “Estamos numa estação tradicionalmente quente, seca e de ventos fortes em que todos os anos, infelizmente, ocorrem queimadas na região Amazônica”, acrescentou.   

O chefe de Estado explicou que “nos anos mais chuvosos, as queimadas são menos intensas, em anos mais quentes, como neste, 2019, elas ocorrem com maior frequência”.   

“O Brasil é exemplo de sustentabilidade, conserva mais de 60% de sua vegetação nativa, possui uma lei ambiental moderna e um código florestal que deveria servir de modelo para o mundo”, explicou. Por fim, fazendo referência ao uso de imagens falsas da Amazônia para protestar nas redes sociais, ele disse que “espalhar dados e mensagens infundadas dentro ou fora do Brasil não contribui para resolver o problema. E se prestam apenas ao uso político e à desinformação”. “Seguimos como sempre abertos ao diálogo, com base no respeito, na verdade e cientes da nossa soberania”, finalizou. Panelaço – Enquanto o presidente Bolsonaro se pronunciava, diversos usuários do Twitter publicaram imagens de panelaços realizados em diversas partes do país. Em forma de protesto, os internautas planejaram o ato com a #panelaço na rede social. A hashtag ficou por horas entre os assuntos mais comentados. A iniciativa com o uso de panela foi muito utilizada entre 2015 e 2016, durante os pronunciamentos da ex-presidente Dilma Rousseff, e também durante transmissões do Partido do Trabalhadores (PT) em rede nacional. (ANSA)

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