SÃO PAULO, 4 NOV (ANSA) – O presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal na noite da última quarta-feira (3), em Brasília, sobre a suspeita de interferência política na corporação.
O inquérito nasceu de uma denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acusa o mandatário de intervir politicamente na PF ao exonerar seu então diretor-geral, Maurício Valeixo, por preocupação com investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, Moro alega que Bolsonaro queria alguém de sua confiança no comando da Polícia Federal para poder “colher informações” de inteligência.
Após um longo impasse sobre como seria feito o depoimento, Bolsonaro respondeu aos questionamentos da PF presencialmente e negou ter promovido ingerências na corporação.
Segundo o presidente, a demissão de Valeixo se deu por “falta de interlocução”, enquanto a escolha por Alexandre Ramagem para substituí-lo foi motivada por sua “competência e confiança construída ao longo do trabalho de segurança pessoal do declarante na campanha eleitoral de 2018”.
Além disso, Bolsonaro afirmou que Moro havia concordado com a nomeação de Ramagem, mas em troca de uma indicação a uma futura vaga no STF. Ainda de acordo com o presidente, ele nunca teve intenção de “obter informações privilegiadas de investigações sigilosas ou de interferir no trabalho de Polícia Judiciária ou obtenção diretamente de relatórios produzidos pela Polícia Federal”. (ANSA).