A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-AC), criticou o pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV feito na terça-feira (24) por Jair Bolsonaro (sem partido). Para Marina, as ideias do presidente sobre o coronavírus são “suicidas”. Em vídeo publicado nas redes sociais, ela também defendeu o “isolamento político” de Bolsonaro para que ele pare de “infectar o Brasil”.

“O ministro da Saúde terá que fazer uma escolha: continuar honrando seu diploma de médico ou ceder às chantagens do presidente Jair Bolsonaro, com suas ideias irresponsáveis, autoritárias e suicidas”, disse a ex-senadora. “Ele, Jair Bolsonaro, precisa ser colocado no seu devido lugar, em isolamento político, para parar de infectar o Brasil.”

Segundo a ex-ministra, a pandemia do novo coronavírus é um dos piores momentos que a humanidade já atravessou. Ela ressalta ainda que cerca de 3 bilhões de pessoas estão em isolamento social para conter a disseminação da covid-19, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Na contramão de tudo isso, o presidente Jair Bolsonaro deixou todos os brasileiros e brasileiras estarrecidos quando desautorizou seu ministro da Saúde, como médico que é, que vinha orientando adequadamente o Brasil neste momento de tamanha dificuldade”, afirmou, fazendo referência a Luiz Henrique Mandetta.

A ex-senadora também criticou o trecho em que Bolsonaro diz que, “como atleta que é”, não seria muito afetado pela covid-19. “[Ele] tripudiou de todos aqueles que já perderam familiares e principalmente dos médicos, médicas, enfermeiros e enfermeiras que estão arriscando suas vidas para poder cuidar da nossa saúde”, disse.

Marina ainda afirmou que o presidente não é super-herói e deveria aprender a se comportar conforme as exigências do cargo que ocupa e pediu para que ele pare de “infectar o Brasil”. “Se não tem autoridade técnica para falar de saúde, deveria fazer aquilo que qualquer líder com alguma autoridade ética estaria fazendo: tratando de diminuir o sofrimento do povo brasileiro”, declarou a ex-senadora.