O deputado federal João Campos (PSB-PE) foi o entrevistado da live de Istoé na tarde desta terça-feira (11). O parlamentar comentou sobre a condução da pandemia pelo governo federal e criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro.

“O presidente não deve conseguir dormir tranquilo com a morte de milhares de brasileiros. Ele governa para menos de 30% dos brasileiros, sempre colocando ideologia à frente das cidades do país. A posição do presidente Bolsonaro tem sido de alguém que está no palanque radical desde a eleição. É preciso descer do palanque para governar. Ninguém é dono da verdade, ninguém faz tudo aquilo do jeito que quer. A vida é feita de diálogo e tem que se buscar consensos”, ressalta.

Deputado mais votado, em 2018, em Pernambuco, com 460.387 votos. Campos tem a política no DNA. Começou a carreira política embalado na esteira da família Arraes, que teve seu bisavô, Miguel, e Eduardo Campos, seu pai, como governadores.

Na live, ele falou que o Brasil seria outro se seu pai, Eduardo campos, morto num acidente aéreo na campanha presidencial de 2014, estivesse vivo.

“Meu pai foi forjado no diálogo, na capacidade de unir os brasileiros, na capacidade de encontrar soluções”, lembra.

A herança política dos Arraes fez do jovem parlamentar pernambucano um político de discurso moderado. Para ele, no pós-pandemia, o país terá 80 milhões de pessoas sem renda.

“O Brasil precisa de um pacificador capaz de unir a nossa gente, nosso patrimônio cultural, intelectual e ambiental para poder entregar as soluções que o Brasil necessita. As pontes políticas estão sendo quebradas e no lugar estão se erguendo muros. As diferenças deveriam ser celebradas em vez de serem combatidas. O País só sairá das crises se tiver unidade”, entende.

O deputado socialista também falou sobre educação, sobre as iniciativas que fizeram de Pernambuco um dos melhores colocados no ranking nacional.

“Nosso estado saiu do 21º lugar, dos 27 estados, para melhor educação pública em menos de uma década. A nova fronteira da sabedoria dos países não sairá das armas, mas do conhecimento”, pondera.

O país, na avaliação do deputado, terá grandes dificuldades na educação, com a volta às aulas.

“Será um grande desafio. Nós precisaremos construir uma forma de acolhimento, cada rede tem um mecanismo para poder medir como os alunos vão se recuperar e organizar o fluxo escolar. Tudo isso só se faz com diálogo e não dá para o presidente ficar brigando com prefeito, com o governador e criando um caso”, analisa.

“A solução do Brasil passa por uma bandeira que é maior do que a de qualquer partido, de qualquer viés político, que é a bandeira do povo brasileiro” entende.

“O mais triste disso tudo é que quem paga o preço amargo da ruptura não é o presidente Bolsonaro. Quem paga esse preço amargo é povo brasileiro, que está tendo suas vidas já tiradas.” segundo o parlamentar, a juventude tem um papel importante nesta transição. “A gente tem que começar a transformar o futuro, hoje. A juventude sempre compareceu quando foi chamada”, conclui.