Bolsonaro praticamente admite prevaricação. Resta saber se foi apenas omisso ou cúmplice

Coluna: Ricardo Kertzman

Ricardo Kertzman é blogueiro, colunista e contestador por natureza. Reza a lenda que, ao nascer, antes mesmo de chorar, reclamou do hospital, brigou com o obstetra e discutiu com a mãe. Seu temperamento impulsivo só não é maior que seu imenso bom coração.

Bolsonaro praticamente admite prevaricação. Resta saber se foi apenas omisso ou cúmplice

Foragido, Allan dos Santos participa de motociata de Bolsonaro nos EUA
Foragido, Allan dos Santos participa de motociata de Bolsonaro nos EUA Foto: Reprodução/ Facebook

Após duas semanas mudinho, o verdugo do Planalto ‘confessou’ que foi alertado pelos irmãos Luis e Ricardo Miranda sobre indícios de corrupção no Ministério da Saúde, relacionados à compra da vacina Covaxin, e não mexeu uma palha.

Durante todo esse tempo, o amigão do Queiroz nunca negou tal acusação, pois sabe que, além de verdadeira, talvez tenha sido gravado. Preferiu, ao contrário, atacar a democracia e ofender os demais Poderes da República.

Claramente apavorado e desorientado, o devoto da cloroquina chamou senadores de bandidos, e ao receber uma carta oficial da CPI da Covid, afirmou que ‘caguei para a CPI’. Por fim, xingou o ministro Barroso, do STF, de imbecil e idiota.

Não bastassem tamanhas afrontas ao Estado democrático de direito, o maníaco do tratamento precoce ainda arrumou tempo para decretar o fim da democracia no Brasil: ‘Sem voto impresso, não teremos eleições em 2022’.

Neste sábado (10/07), contudo, voltou à rotina homicida e ajudou a espalhar mais coronavírus por aí, dessa vez em um ‘motociata’ em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ou ele conspira contra a democracia ou contra a vida.

O caso deste sujeito é patológico e sua psicopatia é clara. Some-se aí a completa incapacidade intelectual e cognitiva, aliada à mais baixa forma de pensar e agir. E, finalmente, a sanha autocrática nazifascista, cada vez mais evidente.

Não há alternativa para o Brasil senão o imediato impeachment deste aloprado e, por consequência, sua retirada do quadro eleitoral, o que causaria um bom duplo efeito: sua própria ausência e a derrocada do meliante de São Bernardo.

Caberia ao Congresso, pressionado pela sociedade civil, imprensa, sindicatos etc., assumir seu papel constitucional e partir para o impedimento desse arremedo de gente. Mas eu duvido! O que temos por lá não é muito melhor.