Os médicos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmaram durante coletiva realizada nesta segunda-feira, 14, que o procedimento cirúrgico foi bem sucedido e não houve complicações, apesar de ter durado 12 horas.
A previsão de Claudio Birolini, chefe da equipe que conduziu a cirurgia, é de que Bolsonaro permanecerá na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após deixar o centro cirúrgico. “Nosso objetivo é que ele volte a ter uma vida normal, sem restrições”.
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A recomendação dos médicos é de que o ex-presidente não receba visitas. De acordo com Leandro Echenique, cardiologista que acompanha Bolsonaro desde 2018, o ex-presidente está recebendo antibióticos de forma preventiva e passa por fisioterapia. “Ele está acordado, consciente e conversando conosco. Já fez até uma ‘piadinha'”, ressaltou o cardiologista.
Echenique pontuou que a cirurgia realizada pelos médicos é complexa. “Quando há um procedimento prolongado como este, o organismo do paciente fica muito inflamado. Isso pode ocorrer no pós-operatório, é comum”, comentou.
Birolini também explicou que Bolsonaro apresentou um quadro de distensão abdominal e, após observação de elevação dos marcadores de inflamação, foi recomendada a intervenção cirúrgica. De acordo com o médico, o intestino do ex-presidente estava “sofrido”, o que leva a crer que o ex-presidente já apresentava o quadro há alguns meses.
Segundo Birolini, foi preciso reconstruir o intestino de Bolsonaro, algo complexo de se fazer. “O resultado foi bastante satisfatório”, afirmou.
O médico disse ainda que não há expectativas de uma evolução rápida, já que o ex-presidente só poderá se alimentar por nutrição parenteral — administração de nutrientes diretamente na corrente sanguínea — enquanto seu órgão se recupera da cirurgia.
“A situação do presidente, era um abdômen hostil, várias cirurgias prévias e uma parede abdominal bastante prejudicada. Isso nos antecipava que seria um procedimento complexo e trabalhoso”, comentou Birolini, acrescentando que as complicações que Bolsonaro sofreu são consequência das cirurgias que o ex-presidente precisou fazer desde que sofreu uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.