Não há precedente na literatura republicana para inquilinos do 3º andar do Palácio do Planalto o cenário atual: o boquirroto presidente da República conseguiu perder o apoio da instituição mais respeitada pela população brasileira, a Polícia Federal, e o controle do conselho da Petrobras – onde, mesmo como chefe de um Governo acionista majoritário, assiste ao desdém dos próprios indicados para sua tentativa de ingerência no controle dos preços dos combustíveis – o que foi feito muitas vezes, aliás, por seus antecessores no cargo.

A situação de Bolsonaro é tão ridícula que está exposto a esse vexame: subordinados que sofrem pressões de seu gabinete começaram a escancarar o seu modus operandi. Só alguns poucos fiéis aliados, amparados pela caneta do cargo, atendem ao presidente na sua sina de xerife. Sabe-se dentro da PF que, o delegado que se esforçar nas tratativas junto ao FBI para prender o falastrão provocador Allan dos Santos, foragido nos EUA, vai perder a função. O que já aconteceu com outros que tentaram investigar amigos e aliados do presidente.

A maior prova da insatisfação da PF com o chefe do Executivo, além das notas públicas das classes já divulgadas insatisfeitas com sua política de desvalorização das forças, foram os cortejos dos caixões com os corpos do indigenista Bruno Pereira (abandonado pela FUNAI por cumprir seu dever) e do jornalista Dom Phillips, na chegada à base aérea de Brasília: naqueles semblantes de delegados e policiais carregando o peso dos inocentes ficou marcado o desafio público: a PF não tem dono. A ruptura começou.

O último e definitivo rompimento será político. Quando os partidos fisiológicos do Centrão – o consórcio de assaltantes que vota de acordo com o saldo bancário – se bandear para o lado de Lula da Silva e do PT. O sinal de alerta serão convescotes em reuniões secretas de expoentes de partidos que hoje juram fidelidade a Bolsonaro.