O general Eduardo Pazuello foi oficializado nesta quarta-feira(16) como ministro da Saúde, quatro meses após assumir provisoriamente o cargo após a saída de seus dois antecessores por divergências com o presidente Jair Bolsonaro.

“Assumi no momento mais critico da pandemia. Tivemos que trocar a roda do carro andando, a responsabilidade era enorme e tivemos a liberdade total para implementar as medidas que eram necessárias”, disse Pazuello, 57 anos, em solenidade realizada em Brasília.

Seus dois antecessores, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, deixaram o cargo por divergências com Bolsonaro nas estratégias de combate à pandemia de coronavírus.

Mandetta defendeu as medidas de distanciamento social adotadas pelos estados e municípios, mas foi criticado por Bolsonaro pelo impacto econômico.

Tanto ele quanto Teich, que durou um mês no cargo, se recusaram a recomendar a ampliação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, mas promovidos ativamente pelo presidente.

Desavenças que desapareceram com Pazuello, que poucos dias depois de assumir interinamente, em 16 de maio, autorizou a ampliação do uso dessas drogas também em casos leves, apesar das críticas da comunidade científica.

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Segundo o presidente, “estudos já mostram que cerca de 30% das mortes poderiam ser evitadas com a administração precoce da hidroxicloroquina”.

Bolsonaro também criticou os governadores por decretarem medidas parciais de quarentena cedendo “ao pânico causado pela imprensa”.

O Brasil é o segundo país com mais mortes por covid-19 (134.106 até esta quarta-feira), atrás dos Estados Unidos, e o terceiro com mais casos (4,4 milhões). A curva de óbitos permaneceu em um platô de mais de mil mortes por dia por mais de dois meses, até mostrar sinais de redução de sua intensidade nas últimas semanas.

Nestes meses, o Brasil participou de ensaios clínicos dos principais projetos de vacinas contra o coronavírus.

Antes de chegar ao gabinete de Bolsonaro, Pazuello coordenou até janeiro a operação para acolher os imigrantes venezuelanos no estado de Roraima (norte) e foi responsável pela logística dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016.


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