Semana passada fui ao médico. Ao urologista. Fazia mais de cinco anos que não aparecia por lá. Talvez seis. Puta irresponsabilidade a minha! Não por medo ou preconceito; nada disso. Desleixo mesmo.

A última vez não deixou saudade. Foi de ladinho. Senti a feijuca do almoço do dia anterior se misturar ao suco de laranja do café da manhã. Credo. Papo horroroso. Pareço o presidente, né? Ótimo, essa é a ideia.

Cheguei ressabiado, mas logo relaxei. Esses caras são preparados, têm a manha. Papo vai, papo vem e tcham. Depois, tchum. E finalmente, tcham tcham tcham tcham. Cruzes! Vi a vó pela greta. Orei pelo fim.

Dessa vez foi sobre quatro apoios; argh! O urologista cobra caro, não é à toa. Que visão do inferno deve ser, meu Deus. Se há trabalho mais insalubre, eu desconheço. Pênis, testículos e ânus o dia inteiro. Aff.

Enquanto eu rezava para aqueles intermináveis segundos passarem voando, suando frio e trincando os dentes, eu só conseguia pensar: calma, Ricardo. Melhor com o dedo que com latas de leite condensado.

Piadinhas à parte, ou nada à parte, me lembrei do devoto da cloroquina por dois motivos. O primeiro, óbvio, foi a sensação. O amigão do Queiroz, com seus atos e palavras, faz com o País o que o médico fez comigo.

Só que com uma mangueira do tamanho do Maracanã. E sem graça e sem poesia. Nada. A seco mesmo. E ainda tem a coragem de nos chamar de maricas, o sacana. Como eu disse certa vez: à PQP vá você!

O segundo motivo são as piadas. Nós homens temos uma coleção interminável sobre o tema. Todas de péssimo gosto e pra lá de sem graça, bem ao estilo do verdugo do Planalto, mestre em piadas infames e inapropriadas.

Estou ótimo, digo, minha próstata está ótima! Já eu, ou melhor, meu fiofó, não sei; ainda não nos recuperamos totalmente, hehe. Olha aí a piadinha boba. Acho que rimos para não chorar. O humor é um santo remédio.

Graças a Deus está tudo certo. Dessa praga, dentre tantas que me enviam os bolsominions e bolsoloides, eu não morro. Pelo menos por enquanto. E agora que chamei a atenção de todos com o título, não façam como eu.

Homens, após os 45 anos, devem ir ao urologista a cada dois anos. Três, no máximo! Não brinquem com algo tão sério. A sorte não costuma sorrir para todos. Deixem a estupidez com os estúpidos. A vida é uma só.

E, apesar dos imbecis que relativizam e desdenham da morte – olha aí o presidente homicida como exemplo! – dizendo que “todos vão morrer um dia”, esse “um dia” não precisa ser amanhã ou ano que vem.

Como nos ensinou o grande Spock, “live long and prosper”. Vida longa e próspera! Ótimo final de domingo e ótima semana a todos.