Em 1987, quando era capitão do Exército, Jair Bolsonaro e um colega planejaram explodir bombas em quartéis e na adutora do rio Guandu, que abastece de água o Rio de Janeiro. O plano, felizmente, não foi adiante. Bolsonaro, que tinha 32 anos, acabou preso e foi julgado. Absolvido pelo STM após recorrer, passou para a reserva – sempre recebendo sua aposentadoria. Segundo o general Ernesto Geisel, que foi o quarto presidente na época da ditadura (1964-1985), Bolsonaro era um “mau militar”, como afirmou numa entrevista em 1993.

Nesta semana, os brasileiros descobriram que Bolsonaro não é apenas um mau militar, é também um mau presidente – governa desde 2019 sem ter feito nada de útil ao País – mas continua a ser um sabotador da democracia e do próprio Brasil. Como ainda é o presidente, sabota o País da maneira mais perversa possível: a partir do cargo máximo do Poder Executivo da nação. Ou seja, é um sabotador dentro do próprio Estado. Como o foram algumas das personagens que ele admira: o ditador chileno Augusto Pinochet, o paraguaio Alfredo Stroessner, o venezuelano Hugo Chávez, e o brasileiro Carlos Brilhante Ustra. A lista dos “mais admirados” de Bolsonaro é um circo do terror, um trem fantasma das ditaduras latino-americanas.

Nunca na história da República brasileira, que já leva 131 anos, um presidente atacou de maneira tão feroz o Supremo Tribunal Federal (STF) e o próprio poder judiciário. E o fez diante de mais de 100 mil pessoas na Avenida Paulista e das telas de televisão e celular que gravaram todo o seu discurso paranóico e golpista. Por isto, urge que a Câmara abra o processo de impeachment e casse o mandatário. Caso contrário, Bolsonaro dará o golpe que tanto ameaça. Ou o Brasil impede o sabotador, ou a sabotagem terá sucesso e acaba com a democracia.