O presidente Jair Bolsonaro, a quem “carinhosamente” passei a chamar de verdugo do Planalto após o início da pandemia de coronavírus, por razões mais do que óbvias, tem se mostrado – e atuado – como o maior petista em atividade do Brasil, senão vejamos. Eleito como a antítese da autocracia socialista latina-americana, o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, desde o início do mandato impôs, ipsis litteris, a cartilha ditatorial golpista de nuestros hermanos Maduro, Ortega y compañía.

Em seguida, com o desembarque da Covid-19 no País, trazida, aliás, por ele mesmo e sua comitiva, que viajaram aos Estados Unidos para adular o bufão alaranjado Donald Trump, com sua sociopatia e completa incapacidade de gestão, diante do caos que tomou conta da nação, fez o que nenhum petista havia conseguido, e ressuscitou eleitoralmente – das profundezas de Atibaia, ou do Guarujá – o ex-presidente Lula, até então uma espécie de morto-vivo político. Pretenso liberal, uma vez no poder, usou e abusou do populismo eleitoral, estourando as contas do governo, mandando o teto de gastos às favas, produzindo um rombo fiscal bilionário para si próprio, em caso de reeleição, ou para seu sucessor. Nada mais petista do que isso, certo? Além, é claro, de uma corrupçãozinha aqui (MEC), outra ali (vacinas) e mais algumas acolá (orçamento secreto).

O devoto da cloroquina anunciou em sua live semanal que, se continuar na Presidência da República, vai tributar grandes fortunas. É de causar inveja em Lula

Não satisfeito, como uma espécie de cartada final, ou cereja do bolo, vá lá, o devoto da cloroquina anunciou triunfante, naquele freak show semanal a que chama de “live”, que, se continuar na Presidência da República, irá tributar as grandes fortunas do País, para bancar aquilo que, outrora, chamava de bolsa-esmola. Estamos falando, meus caros e minhas caras, não de Lula da Silva, Ciro Gomes ou o candidato do Partido da Causa Operária. Estamos falando do mito do liberalismo, do chefe de governo de Paulo Guedes, um “ex-Chicago boy”. Bolsonaro é uma aberração como presidente e o maior estelionatário eleitoral da nossa história, dentre inúmeras outras más qualidades. Além disso, é inegável sua aptidão para petista-raíz. Vermelho da gema! E nem vou falar da sociedade fraternal com o Centrão, que é para não causar ciúmes no partido da estrela solitária. Pobre PT. Mais um pouco e Bolsonaro “privatiza” o partido. Como diria o Alckmin: viva Lula! E como acabará dizendo o próprio: viva Bolsonaro! Querem saber? É hora de eu fazer como o Ciro e me mandar para Paris, antes que o Brasil acabe.