O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou que tenha recebido informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para benefício próprio, segundo apurou a colunista Andreia Sadi (GloboNews).

+ PF investiga monitoramento indevido de autoridades pela Abin

“Isso é uma história completamente fantasiosa. Nunca recebi relatório de Abin para que pudesse ser beneficiado de alguma forma”, afirmou o senador. Bolsonaro foi questionado após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmar que a Abin foi usada para elaborar relatórios que favoreciam o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. As informações poderiam ajudar o senador no caso das investigações das rachadinhas.

A investigação da Polícia Federal (PF) que resultou na operação denominada “Vigilância Aproximada“, na manhã desta quinta-feira, 25, apontou que figuras públicas e autoridades eram espionadas sem autorização judicial, como Moraes e Gilmar Mendes, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia e o ministro da Educação, Camilo Santana – na época governador do Ceará.

“Minha situação jurídica foi resolvida com teses que não tem absolutamente nada a ver com qualquer material que a Abin pudesse produzir”, afirmou Flávio.

Na operação, que é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado, a PF cumpre 21 mandados contra suspeitos de participar de espionagem ilegais na Abin e investiga o que chamou de “organização criminosa”, acusada de se instalar na Agência e usar a estrutura estatal para investigar adversários políticos sem autorização judicial.

Procurada, a Abin não se manifestou.

Segundo os investigadores da PF durante a primeira operação, em outubro de 2023, a Abin fez 33 mil monitoramentos ilegais durante o governo Bolsonaro. Do total, 1,8 mil foram destinados à espionagem de políticos, jornalistas, advogados, ministros do STF e adversários da gestão do ex-presidente.

Segundo as investigações da PF, havia tentativa de relacionar os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes a uma facção criminosa com o intuito de difundir notícias falsas.

No caso de Camilo Santana, policiais flagraram integrantes da Abin operando drones que sobrevoavam a residência oficial do atual ministro em Fortaleza.

Com Estadão Conteúdo.