Os bolsonaristas mais ferrenhos saíram hoje às ruas para defender seu guru. Direito deles. Cada um apoia o político que quiser. Enquanto alguns preferem confiar seu voto a um ex-presidiário, há outros que optam em fazer o mesmo a um genocida.

Apoiar Bolsonaro já foi algo aceitável. Não é mais. Deixou de ser desde março de 2020, quando o capitão revelou um traço perigoso de sua personalidade, ignorando a perda de 600 mil vidas por um vírus que ele desprezou e combateu como se fosse uma gripezinha, com métodos caseiros, completamente alheios à ciência.

Pode parecer mentira, mas, ainda assim, algumas pessoas ainda bancam as irresponsabilidades do mandatário. E faz parte: afinal de contas, no Brasil, ainda temos uma democracia – e que essas mesmas pessoas defendem destruir.

Além da pandemia, Bolsonaro passou a representar também uma ameaça ao sistema político do País, insinuando estar pronto a dar um golpe a qualquer momento. Os atos de Sete de Setembro seriam apenas o aquecimento do que pode acontecer em 2022, quando o capitão deve fazer de tudo para não passar adiante a faixa presidencial.

Quem está nas ruas já mostrou que está nessa empreitada com o presidente. O que é mais uma insanidade: depois de quase 60 anos da ditadura militar, alguns brasileiros clamam pela volta de um regime autoritário que perseguiu e matou milhares de brasileiros por divergências políticas. De duas, uma: ou essa gente tem a memória curta, ou são tão insensíveis quanto o político de estimação que essa turma adotou.