Bolsonaro na Paulista: o que esperar do protesto deste domingo, 29

Nelson Almeida/AFP
Bolsonaro em ato na Avenida Paulista Foto: Nelson Almeida/AFP

Jair Bolsonaro (PL) convocou para a tarde deste domingo, 29, uma manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, para aliados e apoiadores demonstrarem oposição ao STF (Supremo Tribunal Federal), que acusou o ex-presidente de participar de uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e pode condená-lo a até 43 anos de prisão.

Bolsonaro enfrenta problemas de saúde, passou por uma cirurgia de 12 horas e uma internação de duas semanas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em abril, mas há um consenso na oposição de que é o político com maior capacidade de mobilização da direita, o que o mantém na condição de principal orador dos protestos do campo. A expectativa é de que os discursos comecem às 13h.

Protesto pelo que?

Organizado pelo pastor Silas Malafaia, presidente da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o ato mira em manifestações anteriores da capital paulista, onde 125 mil pessoas se reuniram em 7 de setembro de 2021 para ouvir os discursos mais radicais de Bolsonaro.

Em um período de menor mobilização, o protesto mais recente do grupo no local, em 6 de abril, reuniu 44,8 mil pessoas, segundo a USP (Universidade de São Paulo), mas teve grande engajamento político: sete governadores foram à Paulista. Subiram no carro de som Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás.

O grupo de chefes de Executivo tem o presidente Lula (PT) como inimigo em comum e inclui um pré-candidato ao Palácio do Planalto que já travou duros embates com Bolsonaro, mas abraçou uma das pautas mais caras e menos moderadas do ex-presidente — além da relativização da quebradeira em Brasília, a militância pela anistia joga dúvidas sobre a descoberta da trama golpista e reforça a tese de perseguição do Judiciário — com seu espólio eleitoral na mira.

Quem estará?

Munido por um período de alto desgaste político do atual presidente, que sofreu nesta semana mais uma derrota no Congresso, o bolsonarismo espera aquecer a oposição com a presença nas ruas, uma estratégia conhecida do grupo.

Entre os governadores confirmados, estão novamente Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Jorginho Mello. Como novidade, Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, ausente do ato anterior devido às fortes chuvas que atingiram o estado.

Ainda são esperados para subir no carro de som e discursar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.