25/11/2021 - 18:42
Do total do eleitorado brasileiro, 52% são mulheres — e isso equivale a 77.076.395 pessoas. Nenhuma delas deve votar no presidente Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição no ano que vem.
Bolsonaro não merece voto de mulher.
Ele insistiu, na última quarta-feira, no cercadinho daqueles que o aplaudem no Palácio da Alvorada, que a população feminina em situação de vulnerabilidade não tem direito a receber absorventes de forma gratuita.
Quem trata dessa maneira as mulheres pobres e desvalidas da sorte, trata qualquer outra mulher do mesmo jeito, independentemente de sua situação econômica e social.
Pior ainda: Bolsonaro fez piada, dizendo que as “mulheres começaram a menstruar em seu governo”. E acrescentou que se ele sancionar a lei que visa ao fornecimento de absorventes, e, depois, não tiver dinheiro para bancá-la, estará cometendo crime de responsabilidade. É ridícula essa argumentação: crimes de responsabilidade o presidente comete um atrás do outro, em benefício próprio ou de seus aliados políticos.
Bolsonaro não dá a mínima às condições de vida das mulheres nesse País. É misógino. Desde as revoluções liberais no Brasil, no século 18, formaram-se legítimos núcleos femininos que lutaram pelos direitos civis de mulheres – e uma das principais reivindicações era o direito ao voto, que veio em fevereiro de 1932.
A verdade é que Bolsonaro não está nem aí para os pobres, muito menos, ainda, importa-se com as mulheres, sejam pobres, sejam da classe média, sejam ricas.
É importante, nesse momento, a união de todas as mulheres, até porque já existe tanto preconceito masculino em relação à menstruação, e Bolsonaro reforça essa discriminação. O que está em jogo é a dignidade da mulher. Mulher, pobre ou rica, não é lixo. Portanto, todas as mulheres têm de se unir contra esse presidente machista. Bolsonaro é canseira, menstruação não é sujeira.