BRASÍLIA (Reuters) – O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) minimizou neste sábado a apreensão de documentos ultrassecretos na casa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao afirmar que presidentes têm acesso a informações privilegiadas.

“Foi uma busca apreensão, essa? Foram buscar papeis lá, secretos, sigilosos, que teriam sido guardado com ele. Agora, um presidente, você não precisa de papéis. Eu tenho informações privilegiadas. Vão fazer o que? Vão me prender, agora?”, disse o presidente em entrevista ao canal do Youtube Cara a Tapa.

Bolsonaro negou ter conversado sobre o assunto com Trump, a quem declaradamente admira e com quem se identifica.

Agentes do FBI que revistaram a casa do ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, nesta semana, retiraram 11 conjuntos de documentos confidenciais, alguns deles marcados como ultrassecretos, disse o Departamento de Justiça dos EUA, revelando também que há motivo plausível para acreditar que Trump violou a Lei de Espionagem.

Em comunicado na sua plataforma de mídia social, Trump disse que os registros em questão foram “todos desclassificados” e colocados em “armazenamento seguro”.

Bolsonaro também tem envolvimento com possível vazamento de dados oficiais secretos. Em agosto do ano passado, ele divulgou dados de um inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre ataque hacker ao TSE em 2018 usando os dados para afirmar, sem provas, que as urnas eletrônicas estadual sob risco e questionar o processo eleitoral brasileiro. O ataque não teve acesso às urnas, que não são ligadas à internet, e não teve qualquer consequência no processo eleitoral daquele ano.

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Bolsonaro repete com frequência, e sem apresentar evidências, que houve fraude na eleição de 2018, vencida por ele, acrescentando que deveria ter sido eleito já no primeiro turno.

O presidente é alvo de investigação pelo vazamento do inquérito.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)


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