O presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou uma nova estratégia para tentar frear a crescente rejeição entre os jovens. Começou a fazer alegações enganosas de que, caso perca as eleições, o acesso livre a informação por intermédio do celular estará sob risco. O chefe do executivo ainda associa, de forma infundada, uma possível vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está liderando nas pesquisas, com futuras restrições de acesso às mídias sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, que acarretariam na perda da liberdade na utilização de smartphones.

Para realizar sua declarações, Bolsonaro se baseia no antigo projeto do PT de ‘’controle social de mídia’’, que propõe a revisão da regulamentação dos meios de comunicação, que Lula resgatou e voltou a defender em entrevistas à imprensa. ‘’Ele vai para a escola sem a mochila, mas não vai sem o celular. Agora, pergunta se o jovem lá de Cuba, da Coreia do Norte ou da Venezuela agora tem celular”, disse Bolsonaro em conversa recente com apoiadores no Palácio do Alvorada. “Quem é que tem falado que vai censurar a mídia, vai democratizar a mídia… Bonito, né, democratizar (…) Vocês que têm que fazer a cabeça dessa garotada aí, não sou eu.”

A fake news de que Lula irá “tirar o celular dos jovens” vem sendo disseminada nos bastidores da campanha de Bolsonaro há mais de um mês. A presidente do PT e deputada Gleisi Hoffman (PR) rebateu as acusações do chefe do executivo. ‘’Primeiro é mentira que o PT pretenda controlar celulares. Bolsonaro é a fake news em pessoa. Como ele está com medo das eleições, acaba fazendo esse tipo de ataque”, afirmou. “Fomos nós do PT que ampliamos o acesso á internet, fizemos grandes programas de inclusão digital e ligamos a rede às escolas.”