Um dos – senão único – méritos do presidente Bolsonaro, o verdugo do Planalto, é o inabalável bom humor. Raramente vê-se o amigão do Queiroz com a cara fechada.

Quase todos os dias ele conta alguma piada boba, de tiozão do churrasco, ou faz uma gracinha infantil. O genial Frejat ensina: “rir de tudo é bom, mas rir de tudo é desespero”. E a sabedoria popular reforça: quanto mais ignorante ou alienado, mais feliz é o sujeito.

Pela manhã desta linda segunda-feira ensolarada, que merecia dias melhores que estes de Covid-19, escrevi um texto ironizando o presidente.

Um monte de bolsominions raivosos infestou as redes sociais me xingando, como de costume. Outros tantos, coitados, pediam ao “mito”, aos bolsokids, aos parlamentares sabujos da turma, ao ministro da Justiça, ao MPF, a Deus e ao diabo que me processem. Só gostaria de saber o porquê, já que apenas me refiro ao devoto da cloroquina nos mesmos termos que ele se refere aos jornalistas e ao povo em geral.

Além do mais, ao que parece, o Clã Bolsonaro não gosta muito de rasgar dinheiro; só de rachar, hehe. E a última investida judicial contra a IstoÉ, patrocinada por Michelle Bolsonaro – aquela que recebeu 90 mil reais em cheques de milicianos -, terminou em desfavor da primeira-dama, condenada a pagar 15 mil reais em custas processuais.

Porém, ainda mais importante, é o espírito, digamos, democrático do papis do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais. Assim como ele faz piadas de mau gosto, não se ofende com textos de mau gosto, como os meus. Mas o maníaco do tratamento precoce foi além.

Em um tuíte, ele devolveu a ironia, bem ao estilo preconceituoso de sempre. E também, junto ao chiqueirinho do Alvorada, disse gargalhando: “sou imorrível, imbrochável e… incomível”. Figura!!

Não dá para não sorrir e não achar uma tremenda presença de espírito este tipo de reação, ainda que completamente indevida à um Chefe de Estado que se preze (eu disse “que se preze”?).

Boa, Bolso! Mandou bem demais na resposta. Quem sabe, assim, seus seguidores fanáticos não aprendem e passem a levar a vida sorrindo, antes que ela os leve chorando, não é mesmo?

Por fim, continuaremos assim: nós dois fazendo papéis de adolescentes palhaços e animando a tigrada. Ainda que, no meu caso, isso não destrua o País nem auxilie o novo coronavírus a matar mais 450 mil brasileiros, talkey?