Rio – Defensor da criação de um imposto nos moldes da antiga CPMF, o ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu a recomendação do presidente Jair Bolsonaro de não mexer nesse assunto. Guedes vê com bons olhos taxar movimentações financeiras para engordar os cofres da União que, segundo ele, teriam aporte de R$ 150 bilhões por ano, além disso iria reduzir encargos trabalhistas pagos pelas empresas. O ministro revelou ontem que o presidente telefonou para ele do hospital, mesmo “entubado”, para dizer que não quer a criação de uma nova CPMF na reforma tributária.
“Estávamos simulando imposto de transação financeira, só que o presidente sempre foi contra esse imposto e pediu pra não colocar”, afirmou Guedes em entrevista a correspondentes estrangeiros ontem no Rio.
O ministro confirmou que a equipe econômica trabalhava para adotar alíquota de 0,4% sobre pagamentos, mas, mostrando irritação, disse que os números não deveriam ter sido levados a público.
Segundo Guedes, o ex-secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, exonerado esta semana, já havia pedido para deixar o cargo “inúmeras vezes” por achar que atrapalhava o governo.
“Eu dizia: se você tiver que cair um dia que caia junto com o imposto”, afirmou o ministro da Economia.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o governo vai atuar para retirar a cobrança de contribuição previdenciária de entidades filantrópicas da proposta paralela que tramita no Senado. O texto alternativo da Reforma da Previdência é do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Segundo Onyx, o governo foi pego de surpresa e a base aliada a trabalhar contra a medida em plenário.