Bolsonaro levou em avião da FAB fuzil que ganhou de príncipe árabe, diz site

Bolsonaro levou em avião da FAB fuzil que ganhou de príncipe árabe, diz site

A caixa de joias avaliada em R$ 16,5 milhões destinada para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não foi o único presente que a família recebeu. De acordo com o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria levado em um avião da Força Aérea Brasileira um fuzil que ganhou de um príncipe árabe.

O colunista afirmou que conversou com pessoas que estiveram com Bolsonaro durante a sua viagem que passou pelos Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita, em outubro de 2019. Eles relataram que o ex-presidente ganhou uma pistola de 9 mm e um fuzil calibre 5,56 mm, o último item customizado com o seu nome.

O site Casa do Tiro contém armamentos semelhantes aos que Bolsonaro ganhou. Na página, a pistola custa de R$ 5,9 mil a R$ 15,6 mil. Já o fuzil sai de R$ 32 mil a R$ 42 mil. Os preços variam no mercado internacional, a depender da procedência.

Essas pessoas afirmaram que os dois armamentos foram presentes de um príncipe de uma família real dos Emirado Árabes Unidos. O fuzil foi entregue a Bolsonaro por uma outra pessoa, quando o ex-presidente já estava dentro do avião da FAB.

Nessa mesma viagem, membros da comitiva ganharam relógios de luxo. Na última semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os objetos fossem devolvidos, pois considerou que os presentes violam as regras estabelecidas pela Corte.

Para ministros ouvidos pelo colunista, as armas que Bolsonaro recebeu devem seguir o mesmo caminho.

“O recebimento de presentes de uso pessoal com elevado valor comercial por agente público em missão diplomática extrapola os limites de razoabilidade”, afirmou o TCU em acórdão divulgado no dia 1° de março.

Vale informar que os relógios em questão custam até R$ 53 mil.

No ano de 2016, o TCU estabeleceu que os presentes recebidos durante audiências de autoridades com outros chefes de Estado ou de governo devem ser destinados ao patrimônio da União.

As exceções são apenas em casos de “itens de natureza personalíssima (medalhas personalizadas e grã-colar) ou de consumo direto (bonés, camisetas, gravata, chinelo, perfumes, entre outros)”.

No caso de destinação pessoal, é necessário realizar a declaração e pagar o imposto, que possui alíquota de até 60% do valor do produto, independentemente se for joias, relógios ou armas.

As pessoas ouvidas pelo colunista informaram que a pistola e o fuzil foram registrados pelo Exército, como determina a legislação brasileira no caso de importação de armas.