Tão logo eleito, Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, em cima de um caminhão de som, defronte a um quartel militar em Brasília, gritava palavras de ordem em apoio ao fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

Dias depois, o amigão do Queiroz, durante ato em frente ao Palácio do Planalto, em que bate-paus pediam AI-5 e execução do tal artigo 142, que entendem ser autorização para golpe militar, sobrevoou de helicóptero a Praça dos Três Poderes ao lado de um general.

Na sequência, liderados pela aloprada Sara Winter, a noiva do Chucky, uma meia dúzia de lunáticos, sedizentes “300 do Brasil”, dispararam fogos de artifício em direção ao Supremo, ao mesmo tempo em que postavam fotos com armas nas mãos e ameaçavam os ministros.

ALEXANDRE DE MORAES NA MIRA

Em um domingo qualquer, cerca de trinta bolsonaristas postaram-se sob o prédio do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e gritaram palavras ofensivas e ameaças físicas, prometendo, inclusive, bater na cara do magistrado se o encontrassem nas ruas.

Algum tempo depois, o ex-deputado Daniel Silveira publicou um vídeo ainda mais violento e explícito, não apenas ameaçando espancar ministros da Suprema Corte, mas conclamando a população a fazer o mesmo. Preso, continuou com as ameaças. Bolsonaro o indultou.

Naquela vergonhosa reunião ministerial, tornada pública por ordem judicial, Jair Bolsonaro, o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias compradas com dinheiro vivo e panetones de chocolate, sem meias-palavras, fez a defesa da luta armada.

PREGANDO A LUTA ARMADA

Disse, em alto e bom som, que: “povo armado jamais será escravizado”, frase que se tornou seu bordão, e que: “quero ver um prefeito ou governador ir prender um cidadão armado em casa”. Ele se referia ao descumprimento de medidas sanitárias durante a pandemia.

Declarações neste sentido temos dezenas. O devoto da cloroquina defende com unhas e dentes o armamento da população, não para defesa própria, mas para combate armado contra seus inimigos: comunistas (que não existem) e a democracia brasileira.

Nestes últimos meses, principalmente, além de assassinatos e espancamentos de petistas por bolsonaristas, tivemos dezenas de vídeos circulando pelas redes em que fanáticos do bolsonarismo mostravam suas armas e prometiam matar os opositores (Lula e o PT).

O FASCISMO À BRASILEIRA

Tivemos, também, em escolas por todo o Brasil, alunos – adolescentes, filhos de extremistas de direita – batendo em crianças que defendem o lulopetismo, urinando em bandeiras do PT e gritando ofensas contra homossexuais e pobres – ou filhos de motoboys.

Recentemente, no Santuário de Aparecida, bolsonaristas, vestidos com a camisa da CBF, expulsaram um rapaz que usava blusa vermelha, gritando “a nossa bandeira jamais será vermelha”, impedindo um fiel cristão de rezar para sua santa de devoção.

Episódios idênticos em igrejas por todo o Brasil se repetiram, e padres foram hostilizados e até mesmo impedidos, aos berros e à força, de continuarem suas missas, pois, segundo os bolsonaristas, estariam fazendo campanha para Lula e o PT.

VIOLÊNCIA PARA TODOS OS GOSTOS

Em três anos, o número de armas em circulação nas mãos dos tais CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) saltou de 300 mil unidades para mais de 1.1 milhão. Disparou, com isso, o número de tiroteios e assassinatos envolvendo estes “cidadãos de bem”.

Acima, são treze (13 é Galo!!) parágrafos de fatos, verdades e realidade “nua e crua”. Jair Bolsonaro e o bolsonarismo são uma seita intolerante e violenta. Pregam abertamente o extermínio da oposição política e a violência contra pobres e homossexuais.

Essa gente, liderada pelo “mito”, também investe ferozmente contra as mulheres, principalmente jornalistas e políticas. Vera Magalhães, Patrícia Campos Mello e Miriam Leitão, além de Simone Tebet e Marina Silva já foram agredidas covardemente.

ROBERTO JEFFERSON, O GURU

A tentativa de assassinato de policiais federais neste domingo (23) por parte do mensaleiro e ex-presidiário Roberto Jefferson, ídolo e guru do bolsonarismo, é apenas mais um capítulo dessa história horrenda em curso, sem prazo para terminar.

Jefferson tornou-se face e voz de parte significativa dos bolsonaristas, inclusive do próprio Bolsonaro, que jamais se manifestou no sentido de repreensão às ofensas e ameaças do criminoso de estimação. Ao contrário. Sempre apoiou e aplaudiu o discurso de ódio.

Foi Jefferson o criador do apelido “Xandão” para o ministro Moraes. Foi Jefferson que chamou o ministro Barroso de “boca de veludo”, dando a entender que o magistrado é homossexual. Foi Jefferson que proferiu palavras impublicáveis sobre Cármen Lúcia.

JAIR BOLSONARO, FAMÍLIA E FANÁTICOS

Em todos estes episódios foi aplaudido pela malta bolsonarista. Em todos estes episódios foi apoiado e defendido pelos Bolsonaros. Se hoje uma policial se encontra gravemente ferida em um hospital, eis acima o roteiro da tragédia mais que anunciada.

Roberto Jefferson é só a ponta de um iceberg perigosíssimo, que se manifesta cotidianamente nas redes sociais, ameaçando jornalistas e políticos. Aliás, gente assim foi eleita às pencas para o Congresso Nacional e as Assembleias estaduais.

Jair Bolsonaro prega a luta armada contra o Estado Democrático de Direito. Se não vencer as eleições, podemos nos preparar para episódios dessa natureza. Se vencer, ainda pior, pois essa gente estará livre para, não apenas ameaçar, mas para matar.

Bolsonaro, Jefferson e o bolsonarismo são irmãos siameses. O modus operandi é o mesmo: intolerância e violência. Adotaram o fascismo como norte e contam, infelizmente, com metade do eleitorado para isso. A outra metade que se cuide. A guerra mal começou.