SÃO PAULO, 1 JUN (ANSA) – O presidente Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (1º), em Brasília, que, “no que depender do governo federal”, a Copa América de futebol será realizada no Brasil.
De acordo com o líder brasileiro, a decisão foi tomada após conversas com seus ministros, incluindo o da Saúde, Marcelo Queiroga.
“Fui procurado pela CBF com a informação de que a Argentina não iria mais sediar a Copa América, e perguntaram se o Brasil poderia sediá-la. A primeira resposta foi ‘a princípio, sim’.
Conversei com ministros que poderiam estar envolvidos no evento, e eles foram unânimes. Todos deram sinal positivo”, afirmou em cerimônia no Palácio do Planalto, destinada à assinatura de contratos de patrocínio com outras confederações esportivas.
Bolsonaro ainda acrescentou que já considera “este assunto encerrado”, porque todos os seus ministros “são favoráveis à Copa América no Brasil, com os mesmos protocolos das Eliminatórias [da Copa do Mundo] e da Libertadores das Américas”. “Caso encerrado”, concluiu.
Ontem (31), a Conmebol anunciou que havia escolhido o Brasil como sede da competição e chegou até a agradecer o presidente por “abrir as portas” do país. A decisão, no entanto, provocou diversas críticas por parte de especialistas em saúde, da imprensa e oposição, devido ao momento que a nação vive por causa da pandemia de Covid-19.
Senadores que compõem a CPI da Covid, inclusive, fizeram duras críticas contra a decisão de o Brasil sediar o torneio internacional no momento em que ocorre uma nova alta no número de internações, casos e mortes pelo novo coronavírus Sars-CoV-2.
O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), fez um apelo ao jogador Neymar, da seleção brasileira, para que ele se posicione de forma contrária à realização da competição.
Bolsonaro, por sua vez, declarou que as críticas à realização do evento partem de emissoras que não detêm os direitos de transmissão dos jogos.
Além disso, ele afirmou que não vê problema na realização de torneios de futebol, caso os times sigam os protocolos, e criticou os veículos de comunicação que, para ele, exageram nas afirmações de que a realização das partidas poderia piorar a situação pandêmica no país.
“Quando dei sinal verde houve quase uma hecatombe no meio jornalístico, de que estaríamos importando numa nova cepa [do vírus]”, disse.
A Copa América está prevista para ser realizada entre 13 de junho e 10 de julho. (ANSA)