O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta quarta-feira, 24, a medalha do Mérito Legislativo na Câmara dos Deputados “por todos os serviços prestados em prol do parlamento e da Nação em 2021”. Para a Nação em si, ele praticamente não fez nada. Já para o Congresso, a história tem sido bastante diferente. Ele entregou aos líderes do Congresso a gestão da sua administração e se tornou uma verdadeira “rainha da Inglaterra”, onde não governa e só faz o que o Centrão determina.

A homenagem carrega tintas fortes de ironia, pois parece piada pronta de mau-gosto. O capitão foi indicado a receber a honraria pelo líder do PSL na Câmara, deputado federal Victor Hugo (GO), bolsonarista de carteirinha. E recebeu a medalha das mãos de ninguém menos do que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Todos muito gratos pelo que o orçamento secreto tem conseguido fazer para dar sobrevida ao governo sociopata do mandatário.

Desgastado nas pesquisas de opinião pública, Bolsonaro corre contra o tempo para comprar votos de deputados com bilhões de reais do Orçamento deslocados de áreas muito mais importantes, a fim de aprovar projetos de seu interesse e que, ao seu ver, são suficientes para reverter o quadro de rejeição que goza nas pesquisas.

Enquanto isso, o Brasil amarga a crise no qual foi lançado pela irresponsabilidade de Bolsonaro na condução do País durante a pandemia (que ainda não acabou). São quase 14 milhões de pessoas desempregadas, sendo obrigadas a irem ao supermercado e perceberem que não têm mais condições de comprar os alimentos necessários à sobrevivência. Mas isso, ao que parece, pouco importa para as autoridades que dizem nos representar.

Mesmo porque, todos continuam lá em seus postos, garantindos por seus salários aviltantes, sem jamais terem tido a mínima ideia do que seja passar a fome. E hoje são mais de 20 milhões de brasileiros passam sem comer o dia todo. Talvez Bolsonaro se lembre delas no ano que vem, quando precisará do voto dos miseráveis para se reeleger.