O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez, nesta quinta-feira (8), um comentário de cunho racista durante uma conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Ao comentar sobre o cabelo crespo de um dos apoiadores, Bolsonaro disse: “Como é que está a criação de barata aí?”. Tanto o presidente quanto diversos apoiadores caem na gargalhada com o comentário.
De acordo com o UOL, o presidente perguntou ao apoiador quantas vezes por mês o rapaz lavava o cabelo, e disse que ele não poderia tomar o medicamento ivermectina, para não matar seus piolhos. O medicamento é um dos que o presidente costuma defender como tratamento precoce para a Covid-19, mesmo com o vermífugo sendo comprovadamente ineficaz contra a doença.
“Olha o criador de barata aqui. Você não pode tomar ivermectina, que vai matar teus piolhos todos”, diz Bolsonaro. As pessoas que acompanhavam a fala do presidente na saída do Alvorada riem e um dos apoiadores chega a comentar: “Vai dar processo, hein, presidente? Vai dar processo!”.
No vídeo, publicado no YouTube pelo canal “Foco do Brasil”, o apoiador que recebe os comentários de cunho racista de Bolsonaro não aparece nas imagens, mas é possível ouvi-lo dizendo não ser “um negro vitimista” e que o presidente pode “brincar” sobre seu cabelo.
“Da outra vez que vim aqui, uma emissora falida fez uma matéria totalmente ridícula pela brincadeira que o senhor fez. Até porque o senhor tem intimidade… Quem nunca teve piolho? Então assim, só para frisar que o presidente tem essa intimidade para brincar, da mesma maneira que ele também dá liberdade para o pessoal brincar”, disse o apoiador.
Mais tarde, o apoiador de Bolsonaro foi convidado para participar da live semanal de Bolsonaro, que também contou com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Durante a transmissão, Bolsonaro repetiu os comentários racistas supostamente em tom de brincadeira e disse que “movimentos” tentam “dividir brancos e negros”.
“Brincadeira sobre o cabelo dele tem que fazer, pô. Se eu tivesse um cabelo desse aqui, minha mãe, naquela época, me comia de pancada. Naquele tempo nosso, era muito comum piolho. Além de piolho, eu já tive berne. Eu morava na fazenda”, disse Bolsonaro.