Eleito senador pelo estado de São Paulo com quase nove milhões de votos, o senador Sérgio Olímpio Gomes (PSL-SP), mais conhecido como Major Olímpio, é uma das vozes mais críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dentre os vários incontestes ao governo federal no Congresso Nacional.

Policial militar reformado, Olímpio até pouco tempo atrás era um dos homens de maior confiança do presidente da República e rachou com o antigo parceiro depois de bater boca com um dos filhos do presidente. Porém, continua a votar com o governo na maioria dos projetos. Major Olímpio participou da live de Istoé, nesta terça-feira (7).

Olímpio contou que acabou rompendo com Bolsonaro por se sentir traído por Bolsonaro.

“Não sou traíra. Bolsonaro está errando, acobertando os filhos, fazendo toma-lá-dá-cá. Não vou acobertar e nem praticar crime e ficar ao lado do presidente. Tenho vergonha na cara, nunca mais minha amizade com Bolsonaro será a mesma”, afirmou.

O senador disse na conversa que a ruptura com Bolsonaro foi de ordem pessoal. “Para mim, Bolsonaro foi uma decepção, assim como a política eleitoral”. Para os adversários do senador – que são muitos, tanto à esquerda como à direita -, ele manda um recado ao estilo Zagallo: “Vocês terão que me engolir”.

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No bate-papo, ele fez uma análise do governo e fez duras críticas ao Poder Executivo.

“A maior oposição ao governo Bolsonaro é o presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro é um bravateiro. Ele tem o discurso próprio para seus convertidos. Deixa ele falar as besteiras dele que vamos tocando o Brasil”.

Sem aliviar para Bolsonaro ou seus eleitores, Olímpio classificou de estúpidos os aliados do presidente que ocuparam, por dias, a Esplanada dos Ministérios bradando contra as instituições democráticas do país.

”Muitos psicopatas adoram andar de uniformes militares. A lei e a Justiça cuidará de cada um deles. Um bando de otários”, criticou.

“A democracia brasileira não corre o menor risco. Ninguém que tem o poder, e que está na ativa nos quartéis, vai se rebelar contra a Constituição”, avalia.

Major Olímpio também criticou a atuação do presidente na reunião ministerial, citada por Moro, divulgada após a saída do ex-juiz do Ministério da Segurança e Segurança Pública.

“Aquele encontro foi mais um embuste do presidente. Parecia um sargento dando instruções para os recrutas na escola de soldado da Segunda Guerra Mundial”, comenta.

“A reunião ministerial do governo Bolsonaro é uma terapia da direita gardenal”, completa.

Com o anúncio do próprio presidente dizendo que testou positivo para Covid-19, nesta terça, o senador lamentou o contágio, mas disse que “quem procura acha”. Além disso, Olímpio criticou a defesa do uso da cloroquina por parte de Bolsonaro.

“Ridículo o país quando homens públicos, que não são médicos, ficarem discutindo remédios e não obedecerem a ciência. Mesmo na dor, o presidente faz piadas. Bolsonaro desafiou a sua própria saúde”, afirma.

O senador ainda disse que “o silêncio de Bolsonaro está fazendo bem para o Brasil”.


Quando o assunto é a economia nacional, em especial o veto à lei de desoneração das empresas. o senador foi taxativo: “ O veto destrói o que ainda está de pé na economia. Vão quebrar milhares de empresas no país e cerca de seis milhões de empregados serão demitidos”, avalia.


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