Bolsonaro está "clinicamente estável", diz boletim médico

Internado há duas semanas para se recuperar de cirurgia intestinal, ex-presidente faz tratamento para controlar alterações no fígado e tem melhora clínica.Internado após passar por uma cirurgia no intestino, o ex-presidente Jair Bolsonaroestá "estável clinicamente" e apresenta melhora progressiva dos exames laboratoriais do fígado, segundo informou o boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star, de Brasília, neste domingo (27/04).

"Persiste a gastroparesia (retardo do esvaziamento do estômago), porém apresentou sinais iniciais de movimentos intestinais espontâneos, mas ainda sem condições de alimentação por via oral ou pela sonda gástrica", diz o boletim médico.

De acordo com a equipe médica, Bolsonaro permanece na unidade de terapia intensiva (UTI) sem previsão de alta. Ele realizando fisioterapia e recebendo as medidas de prevenção de trombose venosa.

Na última quinta-feira, o ex-presidente havia apresentado piora clínica, aumento da pressão arterial e alteração nos exames hepáticos.

Cirurgia às pressas

Bolsonaro foi internado às pressas em 11 de abril após sentir dores abdominais. Dois dias depois, passou por uma cirurgia de laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais que impedem a digestão, e reconstrução da parede abdominal.

O procedimento, que exige uma incisão no abdômen para acesso ao intestino, teve duração de 12 horas e ocorreu sem complicações, não exigindo transfusão de sangue.

De acordo com a equipe médica, a obstrução era resultante de uma dobra do intestino delgado, que dificultava o trânsito intestinal, e foi desfeita durante o procedimento.

Desde o atentado que sofreu em 2018, ele já passou por outras cirurgias abdominais: em 2019 submeteu-se a duas intervenções para reconstruir o intestino e corrigir lesões no fígado. Entre 2021 e 2022, corrigiu aderências intestinais e tratou uma obstrução intestinal. No ano seguinte, passou por uma nova operação para corrigir uma hérnia de hiato.

Intimação no hospital

Apesar da recomendação médica, o ex-presidente vem recebendo visitas de aliados. Na última quarta-feira, foi intimado no próprio hospital a responder ao processo criminal contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF).

A medida é uma formalidade prevista na legislação para comunicar pessoalmente os réus sobre a abertura da ação penal. As intimações dos demais investigados foram concluídas entre 11 e 15 de abril, exceto no caso de Bolsonaro, que estava internado.

Diante do estado de saúde do ex-presidente, o STF esperava uma data adequada para intimá-lo. Contudo, como ele realizou uma live na última terça-feira, direto da UTI, Moraes entendeu que poderia determinar a visita do oficial de Justiça.

gq/av (ABR, ots)