O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está estável do ponto de vista clínico e passou a noite sem intercorrências na Superintendência da Polícia Federal em Brasília (DF), segundo o boletim médico divulgado neste domingo, 23.
O documento informou que o ex-chefe do Executivo relatou ter apresentado um episódio de confusão mental e alucinação na noite de sexta-feira, 21. Os médicos explicaram que o quadro pode ter sido provocado pelo uso do medicamento pregabalina, prescrito por outro profissional da equipe, segundo a TV Globo.
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Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã de sábado, 22, por descumprimento de medidas cautelares. Neste domingo, ele passou por audiência de custódia, na qual afirmou ter tido confusão mental e alucinação, o que o teria levado a avariar, com um equipamento de solda, a tornozeleira eletrônica que usava em sua prisão domiciliar.
Os médicos afirmaram no boletim que a pregabalina tem interação relevante com remédios que o ex-presidente já usa regularmente para crises de soluços — clorpromazina e gabapentina. A associação desses medicamentos podem causar causar efeitos colaterais como confusão mental, desorientação, sedação, alterações de equilíbrio, alucinações e prejuízo cognitivo.
O documento médico ressaltou que o remédio foi suspenso imediatamente e que o ex-presidente não apresenta sintomas residuais até o momento.
Comorbidades
A equipe médica ainda destacou que Bolsonaro é portador de múltiplas comorbidades e faz uso de diversos medicamentos devido às intervenções e cirurgias desde 2018, quando levou uma facada durante campanha eleitoral em Juiz de Fora, Minas Gerais. Os profissionais também relembraram que o ex-presidente apresentou recentemente um quadro de pneumonia por broncoaspiração e tem lidado com soluços refratários.
Acompanhamento contínuo
De acordo com os médicos, a equipe realizou ajustes nas medicações para restabelecer o tratamento anterior e continuará fazendo avaliações periódicas sobre o estado clínico do ex-presidente.