Há um jogo psicológico entre alguns eleitores brasileiros e Bolsonaro. Embora, o presidente tenha se esforçado para que os eleitores de bem não votem nele, a queda nas pesquisas se estabilizou e o mandatário continua competitivo para ir ao segundo turno. Mas é evidente que, pelo conjunto da obra e por ter destruído o País em menos de quatro anos de mandato, seria trágico se fosse ao segundo turno e vencesse. O que não faz sentido e o apoio popular que ele recebe. O fato é que há uma dependência patológica de determinado grupo de eleitores pelo ex-capitão.

Logo no início do mandato, ele afirmava que não se aproximaria do Centrão e responsabilizava esse grupo fisiológico por muitos dos males do País, especialmente os relacionados à moralidade pública e à dilapidação dos cofres públicos. Só os mais desprovidos de conhecimento político acreditaram nisso. Ele é a personificação do Centrão. A maioria dos nove partidos pelos quais passou é ligada a essa organização suspeita de malfeitos. Por último, ele perdeu o pudor e se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto, um ex-presidiário e que sempre estava envolvido nos casos mais rumorosos de corrupção dos últimos anos.

Bolsonaro chegou a alertar que não seria votado quem se aliasse a esse grupo político. Essas incoerências o levaram ao afastamento dos políticos desse núcleo sujo que sustenta seu governo hoje, inclusive o PL de Valdemar, ou o PP de Ciro Nogueira, os dois maiores líderes do Centrão e que dominam o cofre público hoje no governo.

Em outro momento, o presidente disse que a Covid iria vitimar menos de mil pessoas, porque era uma gripezinha similar a H1N1. Na ocasião, disse que poderia se colocar na conta dele a tragédia caso a pandemia realmente existisse. Não só existiu, como ainda existe, e já são mais de 620 mil mortos. Pior, é que ainda há quem defenda o mandatário. É masoquismo continuar dando apoio a tantas loucuras. É como se ele implorasse para não ser reeleito.

Agora, Bolsonaro desafia o bom senso do eleitor e age como se pedisse novamente para os eleitores não votarem nele, após os episódios de suas viagens de descanso ao litoral. Praticamente todo o mês ele viaja ao litoral para descansar. Uma hora é no Guarujá e na outra é em Santa Catarina. Um dessas viagens a São Francisco do Sul (SC) agora no início do ano, custo pelo menos R$ 900 mil aos cofres públicos, apenas para satisfazer a ânsia de lazer do ex-capitão, que torra o santo dinheirinho do brasileiro via cartões corporativos. É por essa e por outras que o mandatário não tem a mínima chance de se reeleger. Basta torcer, finalmente, para que o eleitor não tenha a mesma recaída que teve em 2018, pois o País não aguentaria mais quatro anos de Bolsonaro no poder. Agora, Bolsonaro pária se alia a Putin pária mundial. O povo dos dois países não merecem essa aliança do mal.