O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai entregar seu passaporte às autoridades, depois que a Polícia Federal (PF) lançou, nesta quinta-feira (8), uma operação contra dezenas de pessoas por uma tentativa de golpe de Estado, informou Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro.

“Em cumprimento às decisões de hoje”, Bolsonaro “entregará o passaporte às autoridades competentes”, confirmou Wajngarten na rede social X.

A PF anunciou pouco antes ter desencadeado uma operação contra dezenas de pessoas, com medidas como a “entrega de passaportes em até 24 horas” e a “suspensão do exercício de funções públicas”.

Os agentes cumprem 33 mandados de busca, e quatro, de prisão preventiva, em dez estados para “apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder”.

Segundo a imprensa, entre os alvos da operação estão quatro generais, incluindo Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente de Bolsonaro, e Augusto Heleno, ex-ministro do gabinete de Segurança Institucional.

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, também foi alvo da operação policial.

De acordo com a PF, os investigados disseminaram “a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”.

Primeiro, espalharam informações falsas sobre o sistema de votação eletrônica, antes e depois das eleições, diz a nota da PF.

Em uma segunda etapa, atuaram para “subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”, indicou.

Jair Bolsonaro (2019-2022) perdeu as eleições por uma margem estreita para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ex-presidente é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de instigar a invasão da sede dos Três Poderes por milhares de seus apoiadores em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

Além disso, Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos, depois que a Justiça considerou-o culpado de espalhar informações falsas sobre o sistema eleitoral durante sua campanha.

Em janeiro, seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi alvo de outra operação da PF no âmbito de uma investigação sobre uma suposta organização de espionagem ilegal a favor do pai.

rsr/app/lbc/aa/fp/tt