A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou na terça-feira, 9, que é “gravíssimo” o relatório da Polícia Federal que pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da joias.

Bolsonaro foi indiciado na semana passada pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Na segunda-feira, 8, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, retirou o sigilo do documento que tem mais de 400 páginas.

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“As denúncias vão desde organização criminosa para obter vantagens políticas e patrimoniais, ataques virtuais a opositores, as instituições, até as mentiras que ele contou sobre as vacinas de Covid-19. Depois da tentativa frustrada de golpe de Estado, Bolsonaro fugiu para os Estados Unidos e transferiu quase todo seu recurso financeiro para um banco no exterior, mas bancou as despesas dele e da família com dinheiro em espécie, por meio da venda das joias desviadas”, escreveu Gleisi Hoffmann sobre o relatório.

“Chega a ser inacreditável a maneira como ele corrompeu a Presidência da República, parte dos militares de alta patente e enganou os brasileiros. Nunca foi sobre Deus, pátria ou família. Sempre foi por dinheiro. Isso precisa ser denunciado: Bolsonaro, o arauto da modalidade, é um corrupto!”, concluiu a deputada.

Relatório da PF

O relatório da Polícia Federal sobre o caso das joias traz uma série de elementos que indicam a participação do ex-presidente no desvio e na venda de presentes de luxo recebidos durante seu mandato na Presidência da República. Mensagens, fotografias e documentos analisados pela investigação mostram que Bolsonaro sabia do esquema que, segundo a PF, desviou R$ 6,8 milhões em joias da União. A PF considera que um grupo formado pelo ex-presidente e seus aliados operou suposto esquema de venda de presentes recebidos por ele em razão do cargo.

A defesa de Bolsonaro nega irregularidades e diz que os presentes recebidos pelo ex-presidente seguiram um protocolo rigoroso de tratamento e catalogação pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), sem influência do chefe do Executivo. No X (antigo Twitter), Bolsonaro disse aguardar que a PF faça as “correções” no inquérito. “A última será aquela dizendo que todas as joias ‘desviadas’ estão na CEF [Caixa Econômica Federal], acervo ou PF, inclusive as armas de fogo”, escreveu.

* Com informações do Estadão Conteúdo