O presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou nesta terça-feira, 22, os ex-presidentes Ernesto Geisel e Emílio Garrastazu Médici, que governaram o Brasil na ditadura militar (1964-1985). Durante o evento de posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, almirante Anatalicio Risden Junior, o chefe do Executivo exaltou as obras realizadas na década de 1970.

“O que seria do Brasil sem as obras do anos 70?”, questionou o presidente, no Itamaraty. “Os anos 70 geraram grandes personalidades. O nosso agronegócio hoje em dia é algo fantástico graças a esse homem, nada mais, nada menos que nosso prezado Ernesto Geisel. Em Itaipu, Emílio Garrastazu Médici, juntamente com Alfredo Stroessner (ditador do Paraguai). A história não pode ser mudada, é uma realidade, homens de visão, homens de futuro, que nos geraram, no caso, aqui, Itaipu Binacional”, continuou Bolsonaro.

Defesa da ditadura

Capitão reformado do Exército, o presidente se notabilizou em sua carreira política e em sua trajetória no Congresso pela defesa da ditadura militar. Durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, Bolsonaro dedicou seu voto favorável ao processo de destituição ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Na campanha eleitoral de 2018, em entrevista ao programa Roda Viva, disse que seu livro de cabeceira era “A Verdade Sufocada”, escrito por Ustra.

No governo, Bolsonaro colocou militares em postos-chave. O vice-presidente Hamilton Mourão é general da reserva, assim como o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, o da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. Durante a pandemia, um dos ministros da saúde foi o general da ativa Eduardo Pazuello.

Mesmo assim, ao longo do mandato, a ala militar foi perdendo espaço para o Centrão, grupo político que hoje dá sustentação ao governo Bolsonaro no Congresso. O ministro-chefe da Casa Civil, por exemplo, é hoje o senador licenciado Ciro Nogueira, do PP, e a ministra da Secretaria de Governo é Flávia Arruda, do PL.

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Para concorrer à reeleição, Bolsonaro prefere outro general como vice, mas os partidos da base pressionam para que ele escolha a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, com trânsito no Congresso e no agronegócio.


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