Em seu editorial publicado nesta terça-feira (31), o jornal inglês The Guardian criticou duramente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o classificou como “um perigo para os brasileiros”.

As críticas foram direcionadas principalmente à postura de Bolsonaro em relação ao combate do novo coronavírus. Segundo jornal, enquanto outras autoridades brasileiras pedem pelo isolamento social da população, o chefe do Executivo incentiva sair para passear.

“Até gangues de traficantes fecham favelas para impedir a disseminação do coronavírus. Enquanto isso, um cidadão [Bolsonaro] desrespeita as restrições e sai para passear no mercado local. Facebook e Twitter removem suas postagens por divulgar remédios não comprovados e atacar o distanciamento físico. Infelizmente, este é o presidente”, criticou o jornal.

Além da postura do presidente diante da pandemia do coronavírus, o The Guardian também fez questão de classificar o comportamento de Bolsonaro como “vergonhoso” quando se trata de temas ligados aos direitos humanos, minorias, artes e destruição da Amazônia.

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“Ele [Bolsonaro] repetidamente descartou o coronavírus como ‘apenas um pouco de gripe’ ou ‘um pouco de resfriado’ e como um truque ou fantasia da mídia. Tendo finalmente reconhecido sua realidade, ele disse às pessoas que ‘encaram isso como homens, não crianças. Todos nós vamos morrer um dia ‘e pedimos ao país que ‘volte ao normal’- como se isso fosse possível”, questionou.

Outro ponto abordado pelo jornal é a mudança de posição de antigos aliados do presidente, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

“Ronaldo Caiado, governador de Goiás, cortou laços com o presidente na semana passada, descrevendo seu comportamento como terrível. […] Bolsonaro pode não acreditar no distanciamento físico, mas está se mostrando notavelmente bem-sucedido em se isolar”, completou.