Bem, se restava a mínima dúvida sobre a participação, ou melhor, o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma quadrilha organizada com vistas a um golpe de Estado, após os desdobramentos da operação da Polícia Federal (PF) desta quinta-feira (8), já não resta mais – ao menos sob a ótica de quem tem mais de dois neurônios e não canta o hino nacional para um pneu ou envia sinais luminosos por celular aos Ets.

Vídeos, documentos, minutas, prints, testemunhos, delações são fartos e incontestáveis – repito: ao menos sob a ótica de quem tem mais de dois neurônios e não canta o hino nacional para um pneu ou envia sinais luminosos por celular aos Ets. Agora, resta ao devoto da cloroquina, seus comparsas golpistas e a turba fanática de devotos aguardarem o devido processo legal, o amplo direito ao contraditório e a canetada derradeira.

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A PF encerrará o inquérito e, certamente, pedirá o indiciamento dos criminosos, dentre eles o maníaco do tratamento precoce. Em seguida, caberá ao Procurador-Geral da República (nomeado por Lula) aceitar a denúncia e enviar o processo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Sob a relatoria de ninguém mais, ninguém menos, que o ministro Alexandre de Moraes, Xandão para os íntimos, o desfecho será a condenação do ex-verdugo do Planalto.

Bolsonaro deverá ser acusado por três crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Somadas, as penas são superiores a 8 anos, o que poderá enviar o patriarca do clã das rachadinhas para a Papuda, ou um presídio que melhor lhe atender. Uma coisa é praticamente certa: das grades o mito não escapará, ainda que demore um pouco e por lá não fique muito tempo.