Bolsonaro é intimado pela PF para depor sobre fuga de Zambelli

Carla Zambelli e Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi intimado para depor sobre fuga de Carla Zambelli Foto: Reprodução/Instagram

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP) encontra-se na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília (DF), para depor sobre a atuação de seu filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e também será interrogado sobre a fuga da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) após ser condenada a 10 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por coordenar a invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Bolsonaro chegou por volta das 14h35 e o início do seu depoimento estava marcado para as 15h. A princípio, o ex-presidente iria falar apenas sobre as ações que Eduardo Bolsonaro tem feito nos EUA contra autoridades judiciais brasileiras. Nesta quinta-feira, 5, ele acabou sendo intimado para falar também sobre a deputada federal.

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A corporação marcou o depoimento de Bolsonaro após autorização do ministro Alexandre de Moraes, que estabeleceu o prazo de 10 dias para que o ex-presidente fosse ouvido. O magistrado também determinou a apuração de Zambelli cometeu os crimes de obstrução de investigação e coação em seu processo, segundo o UOL.

Relembre o caso de Eduardo Bolsonaro

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro anunciou em março deste ano que iria morar nos Estados Unidos. Desde então, ele passou a articular com autoridades estadunidenses medidas que têm como alvo o ministro Alexandre de Moraes. Recentemente, o governo de Donald Trump comunicou que pretende cassar o visto de quem promove “censura” a cidadãos americanos — iniciativa vista como forma de atingir o magistrado.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, viu “evidências” de que Eduardo Bolsonaro estaria buscando “interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o senhor Jair Bolsonaro e aliados”. Além disso, afirmou que há indícios de que o parlamentar licenciado estaria cometendo crimes como obstrução, coação no curso do processo e atentado à soberania do Brasil.

Bolsonaro é réu de uma ação no STF, que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes, sobre uma suposta organização criminosa que teria coordenado um golpe de Estado para manter o ex-presidente no Poder, após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

Para a PGR, Eduardo Bolsonaro estaria articulando sanções nos EUA com o intuito de “coagir” Moraes. O deputado licenciado chegou a dar declarações na imprensa estadunidense e esteve presente em agendas de congressistas americanos e membros do governo Trump para impor medidas contra o magistrado brasileiro.