O clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com panetones de chocolate e muito dinheiro vivo, experimenta os últimos dias de glória e poder no topo da pirâmide política nacional. Daqui para a frente, com absoluta certeza, será apenas “ladeira abaixo”, e Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e filhos voltarão a ocupar o lugar que lhes cabe.

Em uma semana o amigão do Queiroz deixará de ser presidente do País e, consequentemente, o protegido número 1 da PGR (Procuradoria Geral da República). Ato contínuo, sem mandato, colecionará uma formidável lista de ações cíveis e penais, que lhe tomarão muito tempo e dinheiro (neste caso, não será o dele, com certeza).

Carlos Bolsonaro, o Carluxo, arruaceiro digital travestido de vereador no Rio de Janeiro, talvez seja o elemento do grupo que mais deva se preocupar, pois os possíveis enroscos judiciais que orbitam ao seu redor têm potencial – analisam muitos jornalistas e políticos experientes – para levá-lo, em tese, inclusive, para a cadeia mais próxima.

Já Eduardo Bananinha, a despeito da relevância eleitoral que ainda possui, perderá completamente o poder oblíquo que conseguiu sendo filho presidencial, e terá de assumir sua única “qualidade” como político, a estridência sobre questões ideológicas, fazendo parte da tropa de choque bolsonarista – e nada mais! – no Congresso Nacional.

O senador Flávio “Wonka” Bolsonaro (em alusão ao personagem Willy Wonka, do célebre filme A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971 e 2005) deverá ser o único do bando a ainda manter algum tipo de poder, já que um senador da República e muito, mas muito superior – politicamente e intelectualmente – aos irmãos do “baixo clero”.

Por último, a primeira-dama em fim de carreira, Michelle Bolsonaro, popularmente apelidada Micheque (por causa dos 90 mil reais depositados por um casal de milicianos cariocas em sua conta corrente), terá de decidir se continuará casada – inclusive politicamente – com um “zé ninguém”, ou se partirá para um “voo solo”, longe da “família-problema”.

A ceia de natal no Palácio da Alvorada deverá ser servida cedo, em meio a um silêncio sepulcral, enquanto do lado de fora, no cercadinho e às portas dos quartéis pelo Brasil, alguns fanáticos (lunáticos) continuarão, sob frio e chuva, a contar as tais 72 horas para – como é mesmo? – a aplicação do artigo 142 e a enviar sinais luminosos aos ETs.

Ao apagar das luzes deste período infame da nossa história, fico pensando, atormentado pela dura realidade dos fatos, em duas questões: como fomos capazes de eleger (com meu voto!!) uma assombração dessa natureza? E também: como fomos capazes de eleger (sem meu voto!!) uma assombração de outra natureza, que assumirá em 1 de janeiro de 2023?