Em matéria de fracasso econômico, os governos Bolsonaro e Dilma são muito parecidos. Mas, em termos de descontrole de preços, o capitão consegue ser pior do que a petista.

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Nos demais indicadores, como PIB baixo, desemprego alto, crise fiscal, pedaladas e outras indiossincrasias, ambos são idênticos.

Vamos começar pela inflação, onde o desgoverno Bolsonaro tem se mostrado mais incompetente para debelar o monstro agora ressuscitado e que havia sido domado no governo de FHC. Em novembro, a inflação chegou a 10,74% em 12 meses, acima do índice de 10,71% atingido em janeiro de 2016, no segundo mandato da inepta sucessora de Lula.

A marca alcançada por Paulo Guedes, que rasgou o diploma liberal da escola de Chicago, é a maior dos últimos 18 anos. Em novembro de 2003, no primeiro governo do PT, a inflação acumulada em 12 meses atingiu 11,02%, mas depois foi controlada pelo presidente do BC da época, Henrique Meirelles.

Desta vez, porém, a inflação de Bolsonaro está sendo provocada principalmente pela alta dos preços da gasolina, que subiram 50,78% este ano.

O gás de botijão também está sufocando o brasileiro, com um aumento de 47,84% desde junho de 2020. O mandatário bem que tenta culpar os governadores pelo ICMS elevado, mas esquece que a crise cambial é decorrente das suas ameaças à democracia e por sua incúria fiscal.

Se der Lula ou Bolsonaro, o Brasil continuará com o populismo a travar seu desenvolvimento

Outra semelhança entre os dois é que Dilma quebrou o País ao provocar uma queda brutal no PIB de quase 8% em dois anos (2015 e 2016), enquanto Bolsonaro, que já nos brindou com uma queda no PIB de 4,1% em 2020, está nos levando para o mesmo caminho. A recessão em 2022 já está precificada. Pior. Devemos ter estagflação, como diz o economista José Roberto Mendonça de Barros, um dos mais sérios do mercado.

Ele traça um quadro assustador para a economia no ano que vem, período eleitoral no qual Bolsonaro e o Centrão farão de tudo para ganhar as eleições, à custa do caos na economia, inflação acima de dois dígitos, juros proibitivos aos negócios de 12%, desemprego crescente e queda de renda das classes E, D e E, devido ao custo dos alimentos, luz, gás e combustível. Esse quadro será agravado pelas incertezas políticas: se der Lula ou Bolsonaro, o Brasil continuará com o populismo a travar seu desenvolvimento econômico.

A diferença entre Bolsonaro e Dilma, afinal, é que as pedaladas derrubaram a petista devido à sua desarticulação política, enquanto Bolsonaro se blindou com o Centrão e suas emendas secretas, escapando do impeachment. Tanto em um caso quanto em outro, só quem perde é o povo.